Maria do Rosário Pedreira, a homenageada da edição deste ano do festival literário Escritaria, em Penafiel, foi até às escolas do concelho levar aos alunos a mensagem da importância da leitura para o desenvolvimento pessoal e conhecimento do Mundo.
Recebida com declamação de poemas da sua autoria, com momentos musicais e com uma certa curiosidade por parte dos alunos de Escola Secundária Joaquim Araújo – a segunda escola que visitou esta quinta-feira – Maria do Rosário Pedreira falou da sua vida e obra, respondendo a um conjunto de perguntas daqueles que com ela quiseram interagir.
Mas houve uma mensagem que quis deixar clara a todos os alunos, a da importância da leitura no desenvolvimento pessoal. “Eu sou uma militante pela leitura e já percebi, à medida que os anos avançam, os problemas que temos tido no país e no Mundo e, muitos deles por falta de leitura”, referiu a autora, certa de que a leitura traz “muito mais empatia” com as sociedades e com as pessoas. “A leitura está muito associada a boas ações, a olhar para o outro de uma outra maneira, de uma maneira preocupada, de uma maneira envolvida”, acrescentou.
Nesse sentido, o sentimento de que o seu papel quando visita uma escola, “é falar dos benefícios da leitura, da vantagem de ser leitor, até para os proteger deles próprios, porque temos vindo a assistir a um aumento do ódio, por exemplo, nas redes sociais, que acaba por perturbar não só uma outra, mas a própria pessoa que é vítima de uma retaliação”. E, por isso, defendeu, “temos que ensinar, desde muito miúdos, aos alunos das escolas que a leitura é uma coisa que lhes dá conhecimento, que os faz viajar no tempo e no espaço e que os torna mais empáticos com o outro”.
Num tempo em que a escrita e a publicação de livros se vulgarizaram, “porque passou tudo a ser uma indústria, quando a atividade editorial, durante muitos anos, era uma atividade muito mais ligada à cultura e à arte, Maria do Rosário Pedreira está certa de que as suas visitas às escolas ajudam a passar a mensagem e alertou os alunos para o clique, em vez de desistirem de ler. “Há um clique que se dá com um livro e quando não se gosta de um livro, há muitos outros e algum vai fazer o clique e a partir daí a coisa avance”, concluiu.
Mafalda Santos e Matilde Ribeiro, duas alunas do 12.º ano da Escola Secundária Joaquim Araújo, no final do encontro, reconheceram que receberam a mensagem. “No mundo atual, nós estamos muito ligados às redes sociais e aos telemóveis e a leitura acaba por captar várias aptidões ao mesmo tempo, o que não conseguimos num ecrã”, afirmou Mafalda Sousa. “Desta conversa, retirei bastante a necessidade de ler cada vez mais”, acrescentou Matilde Ribeiro.


