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A região do Vale do Sousa encontra-se naquela que é delimitada pelo Rio Douro, onde os rios Tâmega e Sousa são grandes afluentes. A sua vastidão é recortada por um grande número de afluentes menores dos rios mencionados numa malha apertada de cursos de todo o tamanho, consequência da profusão de nascentes naturais. A grande precipitação associada à permeabilidade do solo granítico e grande densidade de revestimento vegetal são responsáveis por esta morfologia. O relevo é dominantemente granítico, com a existência de aflorações xistosas. O clima, húmido e regular o que proporcionou ao longo dos tempos a fixação de população.

Estas características formam a idiossincrasia desta zona e não apenas deste ou daquele concelho. Trata-se daquela que permitiu já na pré-história, de acordo com estudos efetuados por Amorim Girão, ter uma das maiores densidades populacionais no território que hoje é Portugal. Mas também aquela que, apesar de todos os avanços, se mantém como a que aparece caracterizada no “Inquérito à Arquitetura Popular Portuguesa” conduzida em 1955. Portanto, as marcas tangíveis ímpares do Vale do Sousa, vêm-se a manter ao longo dos tempos, podendo, no entanto, sofrer alterações profundas com as alterações climáticas  e claro com opções de atuação humana desadequadas.

No doutoramento que elaboro relativamente a toda a região do Tâmega e Sousa, bem como do Douro, vai-se tornando evidente a necessidade de agregação de esforços no sentido de fazer face à destruição quer da paisagem natural, quer da paisagem criada pelo homem em harmonia com a natureza. Se por um lado, existem fatores ligados às alterações climáticas, por outro a ação do homem não cessa de desvalorizar e até destruir os elementos ancestrais que dão identidade a toda a região, por isso, com necessidade premente de preservação.

A identificação dos problemas, do tipo de paisagem, daquilo que deve ser preservado tem vindo, ao longo dos anos, a ser objeto de vários estudos e inúmeras resoluções de organizações internacionais, as quais vão todas no sentido de enquadrar a ação de preservação ambiental que inclui a transformação humana, num quadro de cooperação. Cooperação que deve preencher as prioridades da política de todos os concelhos do Vale do Sousa. Só de uma forma coordenada se fazer face às ameaças ao ambiente que são, grande parte das vezes, transversais aos concelhos, veja-se o exemplo da poluição dos rios. A coordenação torna-se vital na preservação e na harmonização das populações com a paisagem, seja ela natural, seja ela construída. Trata-se de um desígnio claramente político, mas que tem de envolver toda a comunidade, sem esperar pelo poder central. Bons exemplos existem já, mas a nível concelhio, com particular destaque para o trabalho, reconhecido internacionalmente, que tem sido desenvolvido pelo Município de Lousada. Trabalhos importantes desenrolam-se, também, noutros municípios de Vale do Sousa. Falta apenas uma maior coordenação, sobretudo naquilo que é comum ou constitui servidão ao território dos vários municípios.

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