Humberto Brito, presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, PS
Fotografia: Direitos Reservados

Depois de ter sido denunciado por bombeiros da corporação de Paços de Ferreira de ter desrespeitado, no passado domingo, o isolamento profilático a que estava obrigado, Humberto Brito, presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira lamentou, em comunicado, que o Comandante da corporação não o tenha questionado pessoalmente sobre o sucedido naquele mesmo dia, “o que certamente teria dissipado quaisquer dúvidas que tivesse e, de igual sorte, teria evitado esta lamentável situação pelo mesmo provocada e na qual fui visado pessoal e publicamente”.

Segundo o autarca, as deslocações tiveram “na base um urgente, inadiável e relevantíssimo evento pessoal e familiar”, depois do pai ter sofrido um enfarte do miocárdio que levou ao seu internamento nos Cuidados Intensivos do Serviços de Cardiologia do Hospital Padre Américo e deram origem a uma atitude “deplorável” do Comandante da corporação de Paços de Ferreira, a quem acusa de querer denegrir a sua imagem.

Explicando os acontecimentos dos últimos dias, desde que testou positivo para o novo coronavírus no passado dia 8 de julho, um dia depois de ter sido identificado um caso positivo de um funcionário da Câmara Municipal, o autarca de Paços de Ferreira garantiu que se encontrava assintomático, mas que se manteve em isolamento profilático no seu domicílio. Acrescenta ainda que, por indicação médica, foi submetido a mais dois testes à covid-19, cujos resultados foram negativos, uma situação que reportou à Autoridade de Saúde Local.

Contudo, no passado domingo, após contacto da mãe, saiu de casa para socorrer o pai, que sofreu um enfarte. “Perante a urgência da situação, sem ter a quem recorrer na ocasião, vi-me forçado a sair do domicílio para prestar auxílio a meu pai, como não poderia deixar de fazer e, afirmo e reafirmo, como qualquer filho tinha a obrigação de fazer perante a urgência da situação, deslocando-me à sua habitação, que dista 20 metros da minha”, explicou.

À chegada do socorro, Humberto Brito afirma que deu conhecimento aos bombeiros da sua condição, assim como dos dois testes negativos realizados, “isto tudo sem deixar de manter a distância social recomendada e sempre utilizando a máscara facial”. Face ao estado de saúde do pai “e temendo” pela saúde da mãe, deslocou-se depois até ao Hospital Padre Américo, onde aguardou notícias do pai “no exterior do Hospital, em espaço aberto, com máscara facial e mantendo o distanciamento social, após o que regressei à minha residência, na sequência da estabilização de meu pai nos cuidados intensivos e da possível acalmia de minha mãe”.

“Como tal, não posso deixar de repudiar e lamentar, de forma veemente, a atitude do Senhor Presidente e do Senhor Comandante dos Bombeiros de Paços de Ferreira que, não cuidando de aquilatar das circunstâncias concretas, parece quererem entrar em quezílias políticas e partidárias que nada o abonam, dado os cargos que desempenham”, afirmou o autarca.

Humberto Brito garantiu, por fim, que os resultados negativos dos testes que realizou “eram, e são, do conhecimento da Autoridade Local de Saúde Pública, do Senhor Comandante do Posto Territorial de Paços de Ferreira da GNR e do Senhor Presidente dos Bombeiros Voluntários de Paços de Ferreira, encontrando-se em investigação o resultado positivo que foi comunicado no passado dia 8, do qual darei conhecimento a todos logo que por mim seja conhecido”, rematou.

O Jornal IMEDIATO contactou o presidente dos Bombeiros Voluntários de Paços de Ferreira, Zeferino Barbosa, que afirmou ter tido conhecimento do sucedido no passado domingo através do edil municipal.

Contudo, num dos comentários de uma publicação em que Humberto Brito explicou publicamente o sucedido, Zeferino Barbosa reagiu com um comentário. “Nunca pensei, e pela amizade que íamos tendo, fosse tratado da forma como [o presidente da Câmara] se dirigiu a mim”, publicou o presidente dos “soldados da paz” pacenses.

“O senhor presidente não se pode refugiar na infeliz doença de seu pai para se tentar desculpar dos dois erros que possivelmente cometeu. Totalmente lamentável são as afirmações baratas e gratuitas que o senhor e seu colega Dr. Paulo Ferreira fazem aos bombeiros, seu comando e Direção”, lê-se.

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