idoso

O vice-presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira denunciou a existência de um lar “ilegal” na freguesia de Raimonda, no concelho de Paços de Ferreira que, apesar de ter já ordem de encerramento, continua a funcionar.

Segundo Paulo Ferreira, o caso foi denunciado à Segurança Social e Ministério Público em junho do ano passado, depois do autarca e das autoridades se terem deslocado ao local e verificado “as condições miseráveis em que estavam os idosos, a esmagadora maioria deles oriundos de outros concelhos” e quase totalmente dependentes.

“O que vimos deixou-me profundamente revoltado. Exigimos falar, de imediato, com a proprietária deste espaço. Passados largos minutos lá apareceu. A conversa não foi nada agradável. Informei a senhora que estava a violar a lei de forma grosseira e que pior do que explorar financeiramente pessoas totalmente dependentes, eram as condições miseráveis em que estavam os idosos, a esmagadora maioria deles oriundos de outros concelhos. Como disse à dona desta espelunca, há formas bem mais legítimas de ganhar dinheiro e o que ali estava a acontecer configurava a prática de crimes, e que apesar de ultrapassar as competências da Câmara Municipal, tudo faríamos para que a justiça se concretizasse. Mas primeiro e mais importante era encerrar o espaço e impedir que a saúde, a dignidade e a vida de vários idosos continuasse em risco”, afirma Paulo Ferreira.

Cinco meses após esta denúncia, foi dada ordem de encerramento ao espaço, Mas, volvidos quatro meses, segundo Paulo Ferreira, o lar continua a funcionar.

“Todos sabemos que não é fácil encontrar vagas em lares que possam alojar este número significativo de idosos. Mas neste caso particular estes idosos têm famílias que pagam para estarem lá. Aliás, uma das coisas que mais me angustiou em toda esta história é perceber que há filhos para os quais lhes é totalmente indiferente saber em que condições estão os seus próprios pais. No fundo, o que verdadeiramente lhes interessa é livrarem-se de um fardo. Claro que às instituições públicas responsáveis pelo licenciamento e fiscalização destes equipamentos lhes é exigido um permanente e profundo controlo destes processos, mas isto não substitui, de todo, a responsabilidade das famílias”, referiu.

“Aos responsáveis por este negócio que tem tanto de ilegal como de desumano, a justiça não pode deixar de ser exemplar. O crime não pode nunca compensar”, concluiu.

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