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Ser moderado está fora de moda. Para colher algum tipo de audiência ou repercussão relativa a uma posição que assumimos, é obrigatório nos de dias de hoje, ser disruptivo nas opiniões que debitamos.

Gostaria que fosse possível observar ponderadamente tudo aquilo que identificamos de errado na nossa sociedade, pudéssemos debater soluções moderadas e tolerantes e não necessitássemos de radicalismos.

A casualidade atribuiu-me o privilégio de me ver nascido no seio de uma protegida estrutura familiar e social, que me facilitou, não sem esforço é certo, integrar o mercado de trabalho permitindo-me todos os dias lutar por aquilo que necessito ou ambiciono para o meu conforto. Mas também eu prevarico e contorno algumas regras, pois não sou impoluto!

Sim, sou contra aqueles que se acomodam ao abrigo da estrutura dos apoios do Estado que promovem o ócio, cujos benefícios mínimos sustentam viciadas necessidades e estilos de vida subsídio-dependentes.

Sim, também sou contra os que engenhosamente interpretam o sistema e entranham-se na engrenagem das instituições que administram a Nação e conseguem manipulá-las a seu favor, com estrondosos benefícios, difíceis de alcançar embalados pela idílica fantasia da honorabilidade do trabalho.

Esta perceção não fará de mim um fascista que defende nacionalismos e castas, noções completamente desadequadas nos dias de hoje e ideologias que castram a individualidade das pessoas, nem fará de mim um anarquista que desacredita de todas as formas de poder, nem necessariamente fará de mim um anticapitalista que considera que o Estado tem a obrigação de garantir uma igualdade por defeito, que ignora toda uma ideia de meritocracia.

Estas situações desadequadas que comummente identificamos ao nosso redor, ou que chegam até nós através dos pivots dos noticiários, têm de ser combatidas e o seu impacto urge suavizar numa sociedade que se idealiza justa e exemplar, mas parece-me que o seu combate não deveria ser à conta de ideais de extrema direita, de extrema esquerda ou mesmo de ideais anarquistas. Estes são os caminhos que grupos ideológicos radicais nos fazem acreditar de serem os mais eficientes, mais rápidos e indiscutíveis para construir uma sociedade perfeita.

Mas para mim esse processo será mais longo, passa pela educação dos nossos filhos e poderíamos começar por deixar de lhes dizer:

  • Filho, defende-te, se ele te bater, bate-lhe também;
  • Filho, tens de ser esperto, se os teus colegas copiam, copia também;
  • Filho, não sejas palerma, se eles estão a dar, diz que também queres;
  • Filho, leva isto para a professora e diz-lhe que mereces uma melhor nota;
  • Filho, tranquilo que eu vou falar com a tua professora e ela vai perceber quem tem razão;
  • Filho, toma lá isto, mas não digas a ninguém;
  • Filho, se ele te chamar isso, chama-lhe aquilo;

Noções de agressividade, adulteração, submissão, corrupção, intimidação, branqueamento e retaliação, deverão ser evitadas na educação dos nossos filhos, para que aos poucos construamos uma sociedade honesta, verdadeiramente participada por todos.

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