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É Primavera, o sol brilha lá fora, a temperatura amena pisca o olho às esplanadas e, de regresso ao estúdio de Yoga, sinto-me mais feliz por poder voltar às posições corporais estáticas, aos exercícios respiratórios e técnicas de relaxamento…

Originário do sânscrito, língua sagrada dos hindus, o termo “yoga” significa ligação e união, a comunhão do corpo, espírito e alma… Desenvolvem-se posturas corporais e movimentos que possibilitam, me possibilitam, produzir um equilíbrio entre corpo e alma e, dessa forma, atingir uma unidade pessoal… Praticado na Índia há mais de 4.000 anos, despertou interesse no mundo ocidental no início do século XIX, quando as primeiras traduções de antigos textos indianos, começaram a ser produzidas por eruditos ocidentais. O Yoga foi registado pela primeira vez há cerca de 2.500 anos e, a partir dos estilos mais conhecidos, pratico-o, na medida do possível, há cerca de 15 anos…

Felizmente, as aulas presenciais já regressaram e, não fossem os corredores e entradas desocupadas, as marcações dos lugares no estúdio ? ainda com lotação limitada ? e até as máscaras que acompanham os rostos à entrada, era quase possível esquecer que há um vírus que ainda anda por aí…

A prática do Yoga acompanha-me há alguns anos e foi a ameaça da pandemia que me recordou que esses bons momentos eram, afinal, muito importantes! Ali, descalça no tapete, eu estava pronta para devolver ao corpo um bem-estar que o corpo reclamava! Naquele tempo de prática, eu não me importava que os restaurantes, as esplanadas e até as praias continuassem fechados por mais tempo!

No regresso do Yoga, sei que estive muito faladora na aula de recomeço e depois, lentamente, fui lembrando que o Yoga é também descoberta, desafio, disciplina e resiliência… Quase tudo a parecer mais fácil “in loco” e menos através do ecrãn…

Retomei a prática do Yoga porque já tinha saudades. Nesta ou noutra qualquer modalidade, as aulas online não me interessaram porque eu precisava de sentir o estúdio, os pequenos barulhos naturais e aqueles cheiros característicos… Deixei de praticar durante todo o primeiro confinamento. Alguns meses, muitas máscaras e muito álcool-gel depois, quando me parece que tudo está mais normal, eu volto às aulas presenciais da maneira que sempre gostei. Talvez até não haja mais “voltar ao normal” mas, quando penso já ser possível, decido voltar. E, depois da primeira sessão de trabalho, sinto que a emoção da música e a orientação da professora, ou a dúvida que surge entre fazer e não fazer, é sempre melhor quando se vive em conjunto. Porque o tempo do Yoga é sempre um tempo de leveza, um tempo de mitigar os fardos da vida. Horas imensas de isolamentos atrás de isolamentos, actos de cultura a menos e pausas de lazer diminutas, parar de praticar Yoga seria uma ameaça ao equilíbrio físico e psicológico. O yoga pode ser uma rotina boa, de que o corpo precisa e a mente exige. É um contributo inegável para a inteligência emocional de cada um, para a escuta de si e do outro, assim como do mundo que nos rodeia…

De regresso ao estúdio, com o corpo quase a latejar de energia, apesar de idade, deixo este reencontro guiar-me os movimentos e reavivar-me a memória desta sensação única que é estar sozinha em conjunto. É bom estar de volta e voltar à prática com o coração…

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