Temas: Mundo / Vida/Medo /História /Bom Senso /Imaginação / Covid

Sou da opinião de que parte do que sofremos como sociedade se prende com uma visão muito mecânica de tudo, incluindo do Homem. Vivemos (ou vivíamos) como autómatos, sempre contra o tempo, num transe mais do que hipnótico, focados em objetivos, como máquinas multifunções, absorvidas na nossa atenção por necessidades criadas e alheados do nosso propósito. Parte do ser-se um humano tem a ver com estas abstrações e vãs filosofias.

E se no último artigo terminámos com a importância de sonhar, desta vez vamos falar de um primo do ato de sonhar, que é a capacidade de imaginação.

As funções do cérebro podem ser desenvolvidas conscientemente e a imaginação é uma dessas funções. Se sonhar é um ato inconsciente, já imaginar ou sonhar acordado é, como sugere a expressão, uma função que executamos no estado de vigília e que tem uma função terapêutica, pelo que sabemos hoje.


“As funções do cérebro podem ser desenvolvidas conscientemente e a imaginação é uma dessas funções”


A consciência como uma função elevada da nossa mente é observada, testada e definida por diversas áreas do conhecimento. A Medicina lida particularmente com os seus estados, tanto os ditos normais como os patológicos.

A imaginação é uma qualidade da consciência, que pede tanto do nosso cérebro como da nossa mente, numa visão do cérebro como máquina e a mente como o sistema operativo. Os estudos científicos no campo da consciência têm mostrado a capacidade de diferentes estados proporcionarem alterações biológicas e psicológicas terapêuticas.

Esses estados são identificados pelas ondas cerebrais detetadas por eletroencefalografia, que, no caso do estado hipnótico, são definidas pela presença de ondas alfa e teta, respetivamente, senso de vigília relaxada e sonolência.

O estado hipnótico de consciência é um momento de alta capacidade imaginativa, quase que por definição. Quando se avaliou a atividade cerebral em estado modificado de consciência na realização de uma determinada tarefa em comparação com a realização efetiva e consciente da mesma ação, descobriu-se que as áreas ativadas se sobrepõem. Portanto, se imaginar pode ser equivalente a fazer, que mais pode esta máquina poderosa que somos fazer por cada um de nós?

Leia mais artigos na página de opinião do IMEDIATO.

Subscreva a newsletter do Imediato

Assine nossa newsletter por e-mail e obtenha de forma regular a informação atualizada.


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *