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Nunca deixes que a verdade se entreponha entre ti e uma boa história!

Esta frase impele a que nos deixemos levar pelo pensamento criativo, de maneira, a que a intenção descomprometida de entreter, seja cumprida de forma sedutora. Aceitamos o recurso a pormenores ficcionados, em filmes que pretendem contar uma história verídica, em livros que se inspiram em personagens verdadeiras, até em pequenos episódios quotidianos que nos contam, em que o contador acrescenta pequenos detalhes inventados, mas que não comprometem o cerne da história. Como diz o ditado, quem conta um conto acrescenta um ponto. Mas todos sabemos, que muitas vezes, acrescentar ou omitir pontos condicionará a factualidade do conto.

Inevitavelmente a utilização abusiva destes recursos criativos, poderão ser artifícios de retórica com a intenção maliciosa de fazer passar uma mensagem vestida factualidade, mas que não passa de uma descarada fraude. Aliás, não poucas vezes, escutamos a curiosa frase, esta é a minha verdade. Este é o fulcro do problema, porque, sejam verdades ou mentiras, somos diariamente corrompidos por relatos muito bem estruturados a defender ideias duvidosas, mas que se revelam absurdamente eficazes, sendo até denominadas de… narrativas.

Nestes tempos de excesso de fontes, que poderia fazer esboroar a mentira com estrondo, assistimos precisamente ao oposto, em que a prodigiosa capacidade de construção de narrativas, que assentam as suas intrincadas teses no lamaçal da desinformação, fazem de nós verdadeiras marionetas, manipuladas pelos fios invisíveis dos embusteiros.

Nesta absurda era digital somos expostos a subtis manipulações, muito facilitadas porque negligentemente escancaramos as portas da nossa privacidade e do nosso pensamento a todo um espectro de astuciosos farsantes. Por isso recomenda-se, cautela, literacia e uma criteriosa seleção de fontes. Mas sobre estas conspirações mais sérias, reconheço que não terei muito a acrescentar, por honesto desconhecimento e porque de facto, também me sinto muitas vezes à deriva.

Prefiro debruçar-me noutro tipo de mentirinhas que me divertem mais, que são certamente mais leves e que delas não vem mal ao mundo. Até pelo contrário, tem a capacidade de melhorar a autoestima, são até, por vezes caridosas e revelam caraterísticas de personalidade muito curiosas.

Na verdade, todos temos a nossa mini-produção de embustes, que pretende enganar os outros, enaltecendo os nossos feitos ou atenuando as nossas falhas. Somos geniais a pintar as nossas vidas com o pincel do incrível, a esculpir as nossas aventuras com o cinzel da adrenalina, a desenhar as nossas conquistas com o lápis do soberbo e a escrever sobre os nossos prazeres com a caneta da dopamina.

E quando descarrilamos, somos incríveis a remediar deslizes, pois não nos faltarão borrachas metafóricas, fitas-cola alegóricas, tapa poros figurados e tira nódoas poéticos, que disfarcem estes males e até os façam parecer feitos assinaláveis ou pelo menos aceitáveis… dadas as circunstâncias!!!

Diria então, “nunca deixes que a mentira se entreponha entre ti e um descarado desvirtuamento da tua história”!

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