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No início do mês passado, o Ministro das Infraestruturas e da Habitação esteve em Penafiel, anunciando o arranque das obras de um troço de 1,5 km do IC35, entre Penafiel e Rans.

Como se sabe, trata-se de uma obra estruturante para a região, há décadas reclamada, e muito prometida desde a queda da ponte de Entre-os-Rios, em 2001. Fundamental para evitar acidentes na EN 106, para encurtar tempo entre as duas margens da zona ribeirinha do Douro até Penafiel, ao seu hospital e à A4, para ajudar a desencravar a economia do sul dos concelhos de Penafiel e Marco de Canaveses, e dos concelhos de Castelo de Paiva e Cinfães. No fundo, para permitir que a coesão territorial e o direito de igualdade de todos os portugueses quanto a acessibilidades exista para os cidadãos deste território. Como há muito aconteceu em tantas zonas do país, onde nunca faltaram autoestradas e circulares, por vezes duplicadas.

Ora, nesse momento, disse o governante que “Aquilo que nós estamos a fazer é respeitar o povo, é respeitar quem trabalha, é respeitar quem merece”.

Esta afirmação, ao contrário do parece, revela, não um respeito, mas um desrespeito pelo povo da região. E porquê? Porque o concurso da obra foi lançado em 2015, podendo a sua adjudicação ter ocorrido logo em 2016, no início de funções do XXI Governo Constitucional, de que o governante já fazia parte. Porém, esta primeira e pequena fase só foi adjudicada em janeiro de 2020 e o início da sua execução só foi permitido na segunda metade de 2022.

E, da segunda fase, a mais importante – o troço Rans / Entre-os-Rios -, pouco se sabe, apenas que, ao final de todo este tempo, ainda não foi sequer contratada a elaboração do seu projeto.

Convenhamos que é muito pouco para tanto tempo!

Por isso, mais do que vir dizer-se que se veio respeitar o povo, devia ter-se vindo pedir desculpa por todos estes atrasos e, ao mesmo tempo, dar-se as devidas e necessárias explicações das razões de tal atraso. Podem ser razões atendíveis ou puro laxismo político. Pode o responsável ser este ou aquele. Mas, o mínimo que se esperava dessa presença no Salão Nobre de Penafiel, era uma explicação coerente para tanto atraso.

É isso que se espera dos governantes: não só que governem bem, mas que expliquem ao povo as razões dos fracassos da governação. E que peçam desculpa, quando a situação a reclama. Isso é o respeito.

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