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É forçoso que volte ao tema porque já receio que caia no quase esquecimento. Sim, é isso. Para lá da pandemia que tolheu vontades e algum entusiasmo, há actualmente, parece, uma falta de empenho assustadora.

Sim, é isso. Refiro-me à Cultura a nível nacional onde há ainda algum esforço para a concretização de projectos indispensáveis. Sim, refiro-me também à Cultura a nível local onde, para lá de algum folclore mediático, tudo parou!

Bem sei que se sente o impacto provocado pela pandemia mas, bem pensado e bem planeado, poderia haver qualquer coisa a ajudar uma sociedade parada, alheia à vida cultural, indispensável à saúde mental que é preciso preservar… A leitura, por exemplo! No país, aqui sobretudo, a leitura não é considerada uma actividade prioritária e, reconheço também, a exclusão das livrarias do lote das lojas de bens essenciais abertas durante este confinamento, mostra-o bem. Já reabriram, felizmente, mas o que vejo, é gente à procura de revistas leves e de raspadinhas…

O livro deveria ser considerado um bem essencial e, as livrarias fechadas durante semanas foram um sinal negativo para a sociedade. Isto demonstrou que para o Governo, infelizmente, a leitura não tem a importância que a Psicologia, por exemplo, lhe atribui. Ler livros é imprescindível para o desenvolvimento intelectual, conduz à evasão que, neste momento é da maior importância. Ler mais durante o confinamento conduzirá as pessoas a uma tranquilidade emocional muito importante neste tempo tão difícil.

Paralelamente, face à interrupção das aulas presenciais, foi, está a ser nítido constatar que as desigualdades sociais, educativas e mentais, não são fáceis de ultrapassar. Porque, nas Escolas, a sobrecarga de trabalhos impostos (tantos sem interesse nenhum!) não serão de fácil realização se não houver livros de consulta, livros diferentes, que possam substituir a falta de preparação dos pais. De tantos pais!

Pelas análises que vou fazendo, é possível constatar que os índices de leitura estão a cair e, para inverter isso, só vejo uma forma: mais e melhores políticas públicas de incentivo à leitura! Para educar, cultivar, é necessário chegar a novos leitores. Bem sei que isso é difícil com tantas distracções online, por exemplo, mas é preciso, é urgente moderar o contacto dos mais jovens com os ecrãs. Como? Não sou a Ministra nem a Vereadora da Cultura mas sei haver muitas hipóteses interessantes… Assim haja empenho!

Parece-me ainda que a própria indústria livreira também se cristalizou no tempo, mostrando incapacidade para chegar a novos leitores… Os portugueses, muitos, mostram ser impreparados e por isso trabalhar nos livros requer também uma dose alta de leitura.

O livro é uma enorme ferramenta educativa e nada o substitui mesmo que muitos se queixem e a Leitura tem de ser um hábito que se incute desde a infância. Pais que leiam aos filhos e professores preparados, serão fundamentais. É forçoso promover o gosto pela leitura e, por isso, é indispensável dar a conhecer, dar a ler, não há outra forma! Nada me dá ou deu tanto gozo como trabalhar com livros. E, mesmo para escrever, também tenho de ler. Ler muito!

Então, como promover a leitura? Abrindo os livros para pessoas que não lêem. As televisões também poderiam ajudar se considerassem sempre um livro notícia, o que quase só acontece quando alguém do meio televisivo publica um livro. E os jornais locais e os programas da rádio com algumas linhas de apresentação ou audição de um excerto bem escolhido de um livro qualquer. Dos autores locais, porque não?

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