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Seja através do aumento do preço da carne, dos cereais, do pão ou mesmo da eletricidade, os portugueses têm sentido no bolso o impacto do aumento da inflação e consequente perda de poder de compra.

Além disso, as taxas de juro diretoras têm aumentado – e segundo o BCE, vão voltar a subir em 2023. Isto origina um aumento brutal das prestações das casas para quem escolheu taxa variável no seu crédito habitação.

Para combater estes problemas sentidos pelas famílias portugueses, nos últimos meses temos assistido ao anúncio e implementação de diversas medidas de apoio do estado. Falamos desde o apoio dos 125 €, novas regras que permitem uma melhor renegociação dos créditos habitação com as entidades financeiras e mais recentemente o apoio extraordinário de 240 euros que irá abranger um milhão de portugueses.

Mas será que estas medidas têm surtido efeito? Estarão os portugueses a pedir mais dinheiro aos bancos para combater a perda de poder compra? Terá a pandemia ajudado os portugueses a aguentar esta crise?

 

Houve Mais Procura por Crédito ao Consumo em 2022?

O ano de 2021 foi caracterizado por uma procura de crédito ao consumo elevada, mas estável ao longo do ano – em média, os portugueses fizeram perto de 600 mil novos contratos por mês durante o ano.

Apesar de nesse ano o rendimento ter aumentado (4%) menos do que o consumo (5,8%), os portugueses tinham acumulado um grande nível de poupança (máximos desde 2002) devido à pandemia e ao confinamento – em 2020 muitas famílias conseguiram manter o emprego e estavam fortemente restringidas no que toca ao consumo (viagens, restaurantes, turismo, eventos culturais etc).

Por isso, na realidade, em 2021, não existiram razões para haver um aumento generalizado de procura por crédito pessoal ou crédito automóvel.

Porém, em 2022, com as primeiras notícias da guerra na Ucrânia, do possível aumento dos preços dos produtos, e com a taxa de poupança dos portugueses a decrescer substancialmente, a procura por crédito disparou – tendo atingido o seu máximo, em março, de 714 mil novos contratos de crédito ao consumo.

Estes valores mantiveram-se nestes valores até agosto – altura em que a procura por créditos ao consumo começou a diminuir.  Já segundo os novos dados do Banco de Portugal, referentes a outubro de 2022, a procura por novos contratos de crédito ao consumidor diminuiu 15,9% face ao mês anterior de setembro. Valores suficientes para nesta altura haver uma procura de crédito igual ao ano de 2021.

 

Medidas do Governo de Combate à Inflação

Para combater os efeitos na economia de todos os fatores anteriormente descritos, o governo português tem adotado medidas de combate à inflação, entre as quais algo pouco comum na nossa história – apoio financeiro direto às famílias.

As medidas anunciadas ao longo da segunda metade do ano de 2022 foram muitas. Havendo um natural destaque para as medidas de apoio à renegociação do crédito habitação, novas tabelas de retenção no IRS, os 125 euros de apoio e para o mais recente anúncio do apoio extraordinário de 240 euros que vai abranger mais de um milhão de pessoas em Portugal.

Estas medidas estão a surtir efeito na economia portuguesa – pelo menos a curto prazo. Isto porque têm permitido que as famílias estejam a aguentar as perdas de poder de compra, provocadas pela inflação, não solicitando em massa novos créditos ao consumo.

Todavia, apesar de a taxa de poupança das famílias ter atingido uns históricos 19% do rendimento disponível no início da pandemia, o Banco de Portugal já veio afirmar que em 2023 este rácio de aforro dos particulares vai cair para apenas 3,9%.

Ou seja, estando os portugueses a ficar sem poupança para combater estas alterações na economia, se novas medidas não forem tomadas, podem voltar a optar pela alternativa de solicitar novos crédito ao consumo para aguentaram os encargos mensais.

 

 

 

 

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