paredes

O presidente da Câmara Municipal de Paredes, Alexandre Almeida, negou o envolvimento num alegado esquema de valorização de terrenos em Aguiar de Sousa, que terá favorecido interesses privados, como foi noticiado numa reportagem realizada pelo Novum Canal. Referiu ainda que vai agir judicialmente contra uma “mentira abjeta” e uma “campanha política mascarada de jornalismo”.

Em causa está uma reportagem realizada por aquele órgão de comunicação social, na qual a autarquia é acusada de ter favorecido uma empresa detida por uma assessora do autarca, que comprou, em 2022, cerca de 30 mil m² de terrenos por 90 mil euros, terrenos estes classificados como rústicos e que, com a revisão Plano Diretor Municipal (PDM) que entrou em vigor em maio de 2024, passaram a ser terrenos urbanos, podendo, dizem na reportagem, valer agora até três milhões de euros.

Numa conferência de imprensa na qual se fez acompanhar de todo o executivo municipal, o autarca assegurou que o PDM foi revisto “com respeito pelas normas jurídicas”, com vários momentos de “debate público” tendo sido ainda “um grande desafio”, devido a normas impostas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), que apenas permitiu classificar como solo urbano os terrenos totalmente infraestruturados, com acesso a água, saneamento, eletricidade e estradas. “E isso foi um grande desafio para nós, porque uma grande parte do nosso território não tinha água e saneamento e se não nos comprometêssemos, no orçamento plurianual, a dizer que íamos fazer esses investimentos em 10 anos, esses solos corriam o risco de deixarem de ser urbanos”, assegurou.

Quantos aos terrenos visados na reportagem, Alexandre Almeida reconheceu que os mesmos foram comprados pela sua colaboradora, mas negou qualquer favorecimento, apontando as acusações como “infundadas e falsas”. “É completamente falso que este terreno era rural e passou a ser área de construção. Pelo contrário, perde capacidade construtiva, passando para área de enquadramento paisagístico”, referiu, explicando que apenas terá capacidade construtiva porque submeteu um Pedido de Informação Prévia, tal como fizeram “centenas de pessoas”.

Face aos acontecimentos e apontando ligações entre o órgão de comunicação social e a coligação PSD/CDS-PP de Paredes, o autarca deu nota de que vai apresentar uma queixa-crime contra a jornalista e a direção do canal e vai participar o caso à ERC. “Isto não é jornalismo, é política mascarada, lançada em plena campanha”, concluiu.

Subscreva a newsletter do Imediato

Assine nossa newsletter por e-mail e obtenha de forma regular a informação atualizada.


Deixe um comentário