Cartão Branco
Fotografia: Aliança de Gandra FC

O encontro que pôs frente a frente as equipas de juvenis do Aliança de Gandra FC e do SC Freamunde,  no passado domingo, acabou por ficar marcado por um momento que poderia ter sido de tragédia, não fosse a intervenção de Rui Vieira, fisioterapeuta do clube de Gandra. A sua ação foi reconhecida pelo árbitro com um cartão branco.

A partida, que até ao episódio decorria com tranquilidade e até alguns golos, ficou parada quando, a dada altura, um atleta do SC Freamunde caiu no chão desamparado, aparentando sofrer de um ataque de asma. Foi neste momento que, com a intenção de poder ajudar o jogador, Rui Vieira se levantou e correu para meio do campo.

“Levantei me e fui ter com o jogador (…), ele estava sentado no chão, nem tinha posição, e estava com uma respiração muito curta, o que é um sinal evidente de espasmo nos brônquios. Então eu coloquei-o numa posição confortável, controlei a respiração com ele, acalmei-o, dei-lhe água e ele foi ficando melhor.” relatou o fisioterapeuta ao IMEDIATO.

Já depois do pior ter passado, quando Rui Vieira se direcionava de volta para o banco, o árbitro da partida chamou-o à linha e mostrou-lhe o cartão branco, cartão este que visa enaltecer condutas eticamente irrepreensíveis.

Ao IMEDIATO, o jovem confessou que inicialmente ficou “assutado” e pensou que iria ser sancionado disciplinarmente com um cartão amarelo ou vermelho por ter entrado no campo.

“Nós não estamos a cima da lei e tem de ser o árbitro a dar-nos permissão para entrar em campo. Eu pedi ao árbitro para entrar para auxiliar o jogador e ele autorizou. Depois, quando estava a sair, ele chamou-me e até pensei que me fosse mostrar algum cartão amarelo ou vermelho. Mas na realidade não, chamou-me à linha e mostrou-me o cartão branco”, declarou.

Quando questionado sobre o título de “herói” pelo qual tem sido chamado nos últimos dias, Rui Vieira afirma que não considera que o seja e que este foi apenas um ato a que quem está na sua profissão está habituado.

“Não me sinto como um herói, acho que pelos valores que são passados pelo curso e também pelo Aliança Futebol Clube. Antes de sermos diretores, fisioterapeutas, treinadores ou jogadores, a saúde do próximo esta sempre a cima de qualquer coisa, então também foi um ato, não digo irrefletido, mas que na profissão que eu tenho tem de ser”, explicou o profissional.

Artigo editado por Ricardo Rodrigues.

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