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Digo com alguma frequência, especialmente aos meus filhos, que a fórmula para alcançar um patamar de eleição e de valorização das nossas capacidades, passa por “contrariar as vontades do corpo”.

Por defeito somos seres ociosos e permeáveis a vícios, procuramos um hedonismo pragmático e espontâneo, que normalmente desaba em catástrofe nas nossas vidas.

Fazer todas as vontades do nosso corpinho vai dar asneira da grossa!

O hedonismo, a busca pelo prazer, parece-me um propósito supremo na nossa vida, desde de que esse propósito te traga felicidade e não apenas momentos esporádicos de satisfação.

Os estímulos mais primários a que respondemos são necessariamente os das necessidades básicas como a fome, o descanso. Por isso a gula e a preguiça são “pecados” que cometemos mesmo antes de os entender. A par destes estímulos vamos conhecendo outros que decorrem de acordo com a normalidade da natureza humana e outros ainda, que nos são dados a conhecer pela experimentação e desabam em vício.


“O desafio principal com que nos debatemos diariamente não é contra ninguém externo a nós, mas sim uma luta diária contra as vontades do nosso próprio corpo”


Acordar cedo para desempenhar as nossas obrigações diárias é possível contrariando a vontade do corpo, que gostaria de permanecer no quentinho da cama. Trabalhar com afinco é uma opção honesta que nos é apresentada, em que prometemos ao nosso corpo uma recompensa, cobrando-lhe um sacrifício ao invés do prazer de ficar estatelado no sofá. Estudar arduamente é possível solicitando ao nosso corpo e mente um compromisso de dedicação, pois bem sabemos que muito mais prazeroso seria discorrer os dedos no “feed” de uma qualquer rede social. Alcançar resultados soberbos no desporto resulta da capacidade de expormos o nosso corpo a muita dor, muito sofrimento, em vez de estar no conforto de uma qualquer esplanada a beber um Gin.

Mas todo esta abnegação em troca de quê? Provavelmente de realização, de superação, talvez de uma felicidade sustentada e não apenas de momentos de prazer que rapidamente se dissipam.

O desafio principal com que nos debatemos diariamente não é contra ninguém externo a nós, mas sim uma luta diária contra as vontades do nosso próprio corpo. Só quando as dominamos, seremos capazes de nos apresentarmos como verdadeiros pêndulos equilibrados entre o esforço, a dor, o sacrifício e o do outro lado, o prazer, a recompensa, o hedonismo. Sabendo que os primeiros também são o caminho para os segundos, mas que se alcançam de uma forma mais lenta e daí talvez, mais consolidada.

Estabelecer o grau de inclinação deste pêndulo, definirá seguramente o sucesso ou insucesso, a virtude ou vicio, no fundo, a opção entre a felicidade duradoura ou um deleite momentâneo.

O nosso corpo cobra-nos gratificação e esse é um nosso propósito fundamental e primordial, mas não terá de estar em primeiro, deverá ser resultado de uma recompensa.

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