Autor de: "eu" "Objetivo" "Eleito" "56" "Amarante" "Placa" "Fechado" "Crianças" "Radiante"; Pingo-Doce" "Obrigado" "Abragão"; "Droga", "Ciclistas"; "Calçada", “Isto é próprio de um país saloio(…)”,"Green” blá, blá, blá. “Clean”, blá, blá. “Healthy”, Blá blá, blá blá…

Ontem, sábado, 08/01/2022, fui a Abragão. Como tinha (e ainda tenho) uma dúvida para esclarecer dirigui-me ao Centro de Interpretação da Escultura do Românico. “Embati” com o nariz no vidro da porta bem no meio de um letreiro que dizia FECHADO. Sim senhor!

Abragão tinha um Centro Histórico conservado (e cheio de potencial). Perdeu-o para “acomodar” aquilo que, não fosse a modernidade do conceito, em tempos de românico, se chamaria de “Neo Megalito”… mas pronto, perdido por perdido (não se adivinhando mais o que lhe fazer… eu espero que no futuro seja demolido) ali estaria alguma coisa com interesse turístico…Ilusão.

Será de esperar que o turista de fim-de-semana, despreocupado, desligado das redes sociais (com que lida todo o santo dia da semana) já tenha almoçado antes de assistir, tranquilo ao videomapping da contrução de uma fachada de uma igreja românica… e possa comparar, a escassos metros, os caminhos da história, observando o que, da mesma igreja, o presente nos mostra. Se não almoçou e bateu com o nariz na porta, é bem possivel que vá almoçar a outra freguesia onde o acolham com espaços a que possa aceder e enriquecer os seus conhecimentos, divulgando o interesse do que por lá viu.

Para os abragoneses é o que temos… Portas fechadas. Felizmente que os restaurantes (que dão emprego a tantos locais) aprenderam a sobreviver sem as participações “criativas” de entidades que surgem, adulteram e abandonam… Tenho saudades da “Casa do Ferreiro” (da igreja). Não havia alí nada de “chiq” mas havia muito futuro para mostrar um passado glorioso. Durante muito tempo o esculpir daquele megalito esteve parado… Na altura pensei que seria o resultado de má orçamentação do projeto. Depois vim a saber que não… que havia problemas com o empreiteiro… E agora? Não temos orçamento para manter o espaço acessivel ao público para quem foi criado?

Hoje, domingo, 09/01/2021, decidi ir à exposição “Ver do Bago nos Santos” na igreja de Santo António dos Capuchos, em Penafiel. Não, não embati como nariz no vidro da porta (até porque não tem). Não, também não embati em nenhum letreiro a dizer “Fechado”! Mas estava fechado, memo que um letreiro, manhoso, informe que está aberto de “30 de setembro a 30 de janeiro de 2022 (uns rabiscos) sábado (manuscrito) a domingo: 10H – 13H e 14H – ??? (com o razurado não entendo).

E pronto! Também é assim o turismo em portugal… O turismo de nariz no letreiro! Há quem leve o assunto do turismo como um asssunto sério… outros não… uns há que acham que o turismo deve ser o resultante do fruto da sua criatividade.

Esta exposição (do Ver do Bago…) penso que até é cô-financiada pelo “Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional”… E também é assim que se “desbundam” fundos comunitários. Muito dinheiro é “despejado” pela Europa para o desenvolvimento de Portugal… e depois é o que se vê. O dinheiro vem, difícil é registar desenvolvimento.

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