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No Dia Internacional dos Monumentos e Sítios e 12º aniversário da apresentação pública da Rota do Românico, o IMEDIATO esteve à conversa com Rosária Machado. A diretora da Rota afirmou que esta fase é de reflexão e criatividade para, depois da pandemia, atrair as pessoas “da terra”.

Há 12 anos, a Rota do Românico estava a ser apresentada ao público. Agora, com planos de internacionalização para atrair mais visitantes asiáticos, um recorde de visitas em 2019 e um calendário de eventos para dinamizar a região, tudo teve de parar devido ao novo coronavírus.

Para Rosária Machado, agora a Rota está a trabalhar maioritariamente em teletrabalho e atravessa uma fase de “pensamento e criatividade”, para arranjar maneiras de “ganhar força” em tempos de pandemia e isolamento.

“Eu sou uma pessoa positiva por natureza. Acredito que as pessoas vão passar a olhar mais para o seu território, vão ter um pouco de medo de viajar para fora e vão-se virar para a proximidade de casa. Vai ser uma boa oportunidade para a Rota”, afirmou ao IMEDIATO.

Para a diretora, este também é um momento para reforçar a presença digital da Rota do Românico, tanto através das visitas virtuais como da presença nas redes sociais.

Assim, no âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a entidade tem vindo a publicar fotografias antigas e recentes dos monumentos que a integram, que têm tido “bastante interação entre o público”.

Também foi lançado um filme promocional este sábado, que “viaja” pelos principais monumentos dos 12 municípios que constituem o seu território de influência.

Com a pandemia, a Rota do Românico vai ter de “mudar de rota”

Sendo uma entidade pública, que recebe financiamento dos municípios que a integram, o encerramento do Centro de Interpretação de Lousada e a consequente inexistência de receitas de entradas ou merchandising não causam uma crise na Rota do Românico, mas, segundo Rosário Machado, começam cada vez a ter mais efeitos.

“Não conseguimos estimar as perdas totais, mas há um grande impacto. Para piorar a situação, março é um mês de turismo cultural, a altura antes da Páscoa é muito alta e não tivemos receitas”, contou.

Em janeiro deste ano, a rota tinha anunciado um projeto de internacionalização para o continente asiático, de forma a atrair visitantes da China, Japão e Coreia do Sul. Contudo, nesta fase em que as viagens internacionais não são possíveis e as companhias aéreas somam perdas todos os dias, a incerteza paira no ar.

“Acreditamos que durante algum tempo o mercado internacional vai demorar a estabilizar, esta pandemia veio alterar um pouco o paradigma. Vamos voltar com índices de confiança para o mercado nacional”, adiantou.

Contudo, para Rosário Machado, a forma como o país está a lidar com a pandemia pode vir a ser positiva para restaurar a confiança dos turistas estrangeiros, que sempre olhavam para Portugal como um país seguro.

“O nosso país era um destino turístico em muito por causa da sua segurança. Uma pandemia controlada pode ser um fator positivo no futuro, acho que as pessoas vão considerar que Portugal dá respostas eficientes às crises”, rematou.

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