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O festival “Rock No Vale” encontra-se atualmente a decorrer, em Eiriz, até ao final de dia 7 de outubro, sábado.

O primeiro dia, que se deu no dia 6 de outubro, sexta-feira, foi um bom momento de unificação entre o público e as bandas que atuaram, num recinto tão especial – e perfeito para a ocasião – o jardim da música.

Na agradável noite foi possível sentir toda a energia do “punk-rock”, transmitida de geração para geração, com muitos grupos de famílias a tomarem a frente dos concertos para poderem apreciar o melhor da música rock local.

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Em conversa com o IMEDIATO, os organizadores Adelino Sousa e Miguel Bruno admitiram que a organização do festival foi um processo “um pouco duro”, que levou a muito trabalho durante o que acabou por ser “um ano complicado”, mas que apesar de tudo, o balanço é positivo: “Acho que conseguimos trazer aqui boas bandas e reunimos aqui todas as condições para proporcionar um bom espetáculo a toda a gente”.

“Eiriz é conhecida por ser a aldeia da música, e por isso cada vez que se toca música há uma felicidade, penso que o público sente o mesmo, por isso está pronta uma comunhão entre bandas, público e até a própria organização que tem tudo para ajudar o festival a correr bem”, completou Adelino Sousa.

Miguel Bruno, por sua vez, fez questão de mencionar que os Fitacola e Boca Doce – duas bandas já famosas no circuito do rock underground local – são as bandas que “chamam mais pessoal”, mas destacou ainda a nova banda que iria abrir as hostilidades do primeiro dia – os ZUL: “São uma banda mais recente, mas também têm muita qualidade, têm potencial para trazer a energia positiva que este festival precisa”.

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E foi a banda vimaranense – formada em 2019, mas que apenas lançou o seu primeiro EP o ano passado – que inaugurou o palco da segunda edição do Rock No Vale. Com um estilo de música único ao resto do cartaz, uma espécie de mistura entre Deftones, Pink Floyd e We Lost The Sea, conseguiram cativar desde cedo o público que ia entrando no recinto, muito por causa da postura energética e carismática que mantinham no palco.

O vocalista Pedro Rompante afirmou que “as expectativas” de tocar num local novo eram grandes, mas que este e a banda rapidamente se adaptaram ao local: “É a primeira vez que tocamos aqui, mas é um gosto enorme, o espaço é fantástico, muito acolhedor e nós sentimo-nos lisonjeados pelo convite que nos fizeram”.

Em relação à performance, o guitarrista Cláudio Pacheco disse, em tom de brincadeira, que esperava que a música ao vivo soasse “melhor do que no EP”, enquanto o baixista Miguel Machado afirmou que o objetivo da banda era que “o público ouça o concerto sem o instinto de tapar os ouvidos”.

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No entanto, de forma mais séria, Pedro Rompante afirma que o mais importante na música é escrever algo sincero: “Nós não nos armamos com grandes artifícios, apesar de termos um som assim um bocado espacial e místico, acho que somos bastante sinceros naquilo que queremos dizer e estamos a fazer. Nós pomos em palco a nossa alma em todos os concertos e é essa sinceridade é o que permite que o público esteja connosco e tenham um bom momento musical”.

Cláudio Pacheco concorda. “Para mim e acho que para o resto da banda também, em espetáculos ao vivo a comunhão que há com o público e essa energia é muito importante. Para nós, é muito mais gratificante do que um simples “epá, gostei da tua música”. Ao vivo é diferente, gostamos de sentir o calor da audiência”, explica o guitarrista.

O baterista Rui Mário Silva acredita que quando a banda está a tocar quer “transmitir músicas ou mensagens que possam garantir emoções em pessoas, para que possamos criar aquela conexão que nos permite partilhar o momento com as pessoas”.

“Nós fazemos música para nós, mas também para chegar às pessoas. Acima de tudo, esperamos divertimo-nos lá em cima e que as pessoas se divirtam cá em baixo”, concluiu o vocalista.

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E a diversão foi constante – durante um concerto que durou aproximadamente uma hora, os ZUL deram tudo ao público, que em troca retribuiu a sua atenção e o seu carinho por uma banda que demonstra um bom futuro pela sua frente e uma maturidade muito à frente da sua idade.

De seguida, foi a vez dos Fitacola tocarem. Uma das bandas mais lendárias do circuito do “punk-rock” português, que está em ativo há mais de 20 anos e já acompanhou algumas das maiores bandas do punk internacional demonstrou toda a sua experiência e a sua energia rebelde – que parece infindável a este ponto – para uma audiência que sabia todas as músicas de cor e brindou a banda veterana com o amor nostálgico de quem, cada vez que ouve uma música, é teletransportado de volta para os seus anos de rebeldia e felicidade jovem.

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Por fim, para completar o dia no palco principal deu-se o concerto dos Boca Doce. Uma banda formada de membros de bandas de referência da música portuguesa, tais como os Primitive Reason e os Peste & Sida, a banda que se dedica a fazer “covers” de músicas portuguesas famosas, sempre com um toque humorístico e irónico, voltou a fazer um excelente concerto, que garantiu ao público muitos clássicos portugueses, em estilo rock, mas mais importante ainda, garantiu-lhes muitos risos.

Para completar o dia, o DJ Cão Danado tomou o palco. Um DJ experiente, este afirmou que o Rock No Vale se destacava do resto dos festivais portugueses pela sua insistência no “punk-rock”: “Os festivais aqui em Portugal, tirando os mainstream, são muito festivais que recorrem ao Heavy Metal e a subgéneros musicais, então este pode marcar um bocadinho pela diferença”.

“Eu espero uma boa onda e uma adesão por parte do público, que tende a crescer, até porque ajudei de certa forma na organização. Eu sinto me como se este festival também fosse meu, porque, não vou dizer apadrinhei, mas ajudei, de certa forma, nos conhecimentos que tenho e espero que este projeto tenha asas para voar”, concluiu.

No dia 7, sábado, Rock No Vale retorna primeiro com a banda Copa Funda pelas 20h30,, seguidos d’O Incrível Homem Bomba pelas 21h45, das Anarchicks pelas 23h e do conjunto Miss Lava pela meia noite, antes de mais uma atuação do DJ Cão Danado juntamente com o DJ Kadu para marcar o final do festival que ainda tem muito para oferecer à aldeia da música – um local perfeito para celebrar o punk português.

Veja aqui a foto-galeria do melhor do primeiro dia:

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