Quando nasce um filho também nasce um PAI

A presença do pai no trabalho de parto e nascimento é um dos pilares no processo de humanização, sendo um direito garantido por Decreto Lei nº 110/2019.

A presença do pai/acompanhante no Bloco de Partos do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) é permitida desde 2001 quando foi inaugurado o actual hospital. No atual contexto de pandemia Covid-19, o Bloco de Partos continuou a permitir a presença do pai/acompanhante, ao contrário da maioria das maternidades do país, desde que a grávida seja SARS – CoV 2 negativa e o acompanhante não apresente sintomas e/ou contactos sugestivos de infeção por SARS- CoV 2.

No início quando o pai era questionado se queria assistir ao parto, a pergunta era “Está a falar a sério?” e havia alguma hesitação. Aos poucos foi-se tornando normalidade e nos tempos atuais já não se questiona o desejo do pai de assistir ao nascimento e ter um papel ativo em todo o processo.

Anualmente a 19 de Março comemora-se o Dia do Pai. Os profissionais de saúde do CHTS, Serviço Bloco de Partos, que acompanham diariamente a vivência dos pais no nascimento de um filho, não podem deixar de realçar a importância da sua presença.

Quando nasce um filho, nasce um PAI.

Quanto à presença do pai na sala de partos: será um dever? Será um direito a exercer obrigatoriamente? Será um privilégio? Será um ato de coragem?

A gravidez é um projeto a dois e o parto não é uma jornada exclusiva para as mães. O momento do nascimento, é a hora mais aguardada para muitas mães e pais, envolve expectativas, inseguranças e sensações únicas. Ter alguém presente pode ser crucial. O pai não tem que obrigatoriamente estar presente, deve ter o direito de escolher em liberdade, devendo ser uma decisão consciente, tomada em conjunto com a sua companheira, e não resultar do desejo de corresponder às expectativas dela, da família e/ou sociais.

Seja qual for a decisão, esta deve ser respeitada pois envolve um ato de coragem que gera ansiedade e insegurança.

Se o pai achar que vai ficar demasiado ansioso e que não vai ser capaz de estar presente não tem que se culpabilizar, pois a mulher pode ser acompanhada por outra pessoa que lhe transmita confiança e tranquilidade, se essa for a sua vontade.

No entanto, a sua presença permite acompanhar todas as fases do trabalho de parto e nascimento de um filho. O apoio dado à sua companheira, traz recordações que se tornarão marcantes para toda a vida do casal. Permite que este lhe dê conselhos, promova medidas de conforto físico e emocional, transmita segurança e partilha de emoções…

O nascimento de um filho é um dos momentos mais importantes da vida de um homem, cheio de sentimentos contraditórios, como ansiedade, nervosismo, preocupação, medo, mas também repleto de sentimentos positivos como a sensação de apoio prestado à sua companheira, alegria, felicidade, gratificação, entre outros.

Os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica encontram-se numa posição privilegiada para o apoiar, orientar, esclarecer momento a momento, tornando o nascimento do bebé num momento em família, para a família, fortalecendo a interação e os laços afetivos entre a mãe, o pai e o bebé.

O apoio destes profissionais é essencial. O encorajamento e empoderamento do casal são fundamentais, que devem começar nas aulas de preparação para o nascimento e parentalidade.

Assistir ao nascimento do bebé, ouvir o primeiro choro, e poder pegar nele ao colo, nos primeiros minutos é uma experiência única. Mas tem de se reconhecer que este nem sempre é um momento fácil de se viver, pelo medo de muitas vezes não saber como lidar com a situação, o ambiente hospitalar, o stresse, etc.

Nos primeiros minutos após o nascimento, o pai poderá ter, se assim o entender e caso a situação o permita, um papel ativo. Ter a oportunidade de cortar o cordão umbilical, vestir a primeira roupa e dar o primeiro colinho criam memórias únicas com um significado muito intenso. Poderá ser possível, se o pai o desejar, promover o contato pele a pele com o bebé, nos primeiros minutos de vida. São pequenos gestos que criam memórias para a vida.

A presença do pai no trabalho de parto e nascimento, não se justifica apenas pelo seu contributo no acompanhamento e apoio à mãe, mas também, pelo facto de este ser um momento fulcral para a sua construção enquanto pai.

Esteja ou não presente na altura do nascimento continua a ser um momento único e desafiante, pois é o encontro entre o bebé imaginário e o bebé real. Estes primeiros contatos são cruciais na construção do vinculo afetivo e de uma nova família.

No atual contexto da pandemia o CHTS- EPE continua empenhado em oferecer aos casais a excelência dos cuidados clínicos, segurança e qualidade, nunca menosprezando a presença do PAI.


Texto elaborado pelo Serviço Bloco de Partos – Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), como forma de prestar homenagem aos pais no Dia do PAI.

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