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Mais de cinco mil dos seis mil hectares do Parque das Serras do Porto estão a partir de agora vigiados por quatro câmaras óticas e térmicas, no âmbito rePLANT, um projeto inovador e pioneiro em Portugal, que foi desenvolvido em consórcio pela REN, Navigator, SONAE e a Universidade de Coimbra.

“Este é um projeto superinovador, que começou a ser desenvolvido há cerca de três anos e que vai ser implementado pela primeira vez no Parque das Serras do Porto”, afirmou Alexandre Almeida, presidente da Câmara Municipal de Paredes e, também, da Associação Parques das Serras do Porto.

O projeto denominado rePLANT, visa introduzir inovações na defesa das florestas contra incêndios e foi apresentado esta segunda-feira em Aguiar de Sousa, no chamado “meeting point”, o local das Serras do Porto onde confluem os municípios de Gondomar, Paredes e Valongo, os três municípios que o parque abrange.

Composto por seis serras – Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas – dos concelhos de Gondomar, Paredes e Valongo, da Área Metropolitana do Porto, o Parque das Serras do Porto tem uma extensão de cerca de 6.000 hectares. 5.100 hectares, 85% do território, passará agora a estar sob vigilância do projeto rePLANT.

Segundo Alexandre Almeida, este projeto traz diversas inovações, “sendo a mais importante” a introdução de quatro câmaras com sensores óticos, com um alcance de 10 quilómetros e a funcionar em 360 graus 24 horas por dia, que vão estar em postos da REN, estrategicamente colocadas e que vão permitir que se detete o fumo e ignições em cerca de 85% do território do Parque das Serras do Porto. “É bestial porque 85% do Parque vai ter vigilância, em tempo real, o que vai permitir à GNR e à REN saber do aparecimento de fumo e ignições”, referiu. A monitorização autónoma deste sistema terá uma interligação com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que avaliará as condições atmosféricas, permitindo fazer projeções sobre a forma como o fogo se vai desenvolver enquanto não houver combate. O sistema estará ainda ligado à GNR e à Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Outras vantagens deste projeto têm a ver com a criação de robots que vão permitir fazer a limpeza de terrenos de forma autónoma – um projeto que ainda está a ser desenvolvido, mas já está a dar os primeiros passos –, assim como com uma aplicação que vai permitir ainda fazer a avaliação das árvores, a sua dimensão, volume e altura, “permitindo uma melhor gestão da floresta”, frisou o presidente.

Ainda no âmbito deste projeto, que representa um investimento de 5,6 milhões de euros – apoiada pelo Compete/Portugal 2020, através dos programas POCI e Lisboa 2020 – foram apresentadas ainda medidas de inteligência artificial, que serão aplicadas a equipamentos que já são utilizados na limpeza das florestas. “Quando se estiver a usar essas máquinas, as mesmas vão retirar informação da floresta, de níveis de limpeza, de quantidade de material limpo, permitindo integrar essas informações para termos um conhecimento ainda maior da floresta”, explicou Alexandre Almeida.

Desenvolver a floresta, torná-la mais segura e provar que pessoas e máquinas podem colaborar entre si, criando um ecossistema de maior proteção ativa é o objetivo do rePLANT, que foi criado para poder vir a ser implementado em outros concelhos. “Este projeto é um ganho muito grande para o nosso território”, garantiu Alexandre Almeida, destacando o facto de surgir num momento em que a Associação Parques das Serras do Porto está a procurar classificar o Parque com Indicação Geográfica Protegida (IGP). “Nesta altura em que nós queremos que a floresta do Parque das Serras do Porto passe para uma área IGP e tenha acesso a outros financiamentos para a desenvolver, tudo quanto seja proteção contra risco de incêndio é para nós fundamental”, concluiu o presidente

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