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André Santos, de 43 anos, matou o senhorio à facada, em janeiro deste ano, na freguesia de Frazão, em Paços de Ferreira, por causa de uma quezília associada a um terreno. Esta terça-feira, no Tribunal de Penafiel, onde começou a ser julgado por um crime de homicídio qualificado, confessou os factos “sem reservas” e sem conseguir encontrar explicação para o seu ato, mostrou-se “arrependido”.

“Fui ter com ele sem intenção de nada, só queria falar porque ele queria que eu deixasse a casa. Mas exaltei-me. Não sei o que me deu naquela hora, nunca me passou pela cabeça fazer o que fiz”, começou por referir André Santos, ao coletivo de juízes do Tribunal de Penafiel, já depois de ter dito que ia confessar todos os factos.

André Santos matou Vitorino das Neves, de 79 anos, na tarde do dia 3 de janeiro deste ano, por causa de uma ação em tribunal acerca da propriedade de uns terrenos em Paços de Ferreira, que já havia ocorrido há cerca de 20 anos, entre os seus pais e os herdeiros dos referidos terrenos.

Apesar de nunca ter discutido com o senhorio, mas entendendo que tinha sido roubado por causa da ação, no dia do crime, o homicida confesso surpreendeu o senhorio quando este se encontrava num campo na Rua da Barroca, em Frazão, e, munido de uma faca, desferiu-lhe seis golpes no pescoço, tórax e costas, que lhe provocaram a morte.

Já com Vitorino das Neves caído no chão, André Santos tentou fugir do local, mas acabou por ser impedido por um vizinho que assistiu ao crime e que o reteve até à chegada da GNR. Foi detido e colocado em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional do Porto.

Ontem, no Tribunal, mostrou-se “arrependido” e com “remorsos” pelo sofrimento causado à família da vítima e à sua própria família. “Se fosse hoje não o fazia. Não fazem parte de mim essas coisas e ainda hoje não compreendo porque fiz aquilo”, referiu.

Apesar da confissão do homicida, a advogada da vítima, alegou que “tal não se justifica, pois o arguido agiu por um motivo fútil”, com uma “conduta censurável” e pediu que seja “severamente punido”.

Já o Ministério Público, assim como a defesa do arguido, pediram justiça. “Não se vai desculpar por uma coisa que não tem desculpa, ele deve ser condenado”, referiu o advogado de defesa, pedindo ainda “ponderação”.

Além da confissão criminal, André Santos reconheceu ainda o pedido de indemnização civil feito pela família da vítima, na ordem dos 100 mil euros. Entregou ainda a casa onde residia, antes de ser preso, aos herdeiros de Vitorino das Neves.

A leitura da sentença está marcada para da 11 de outubro.

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