CHTS adia cirurgias

O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), em Penafiel, vai encerrar os blocos centrais e de ambulatório entre os dias 1 e 15 de agosto. Esta decisão visa compensar os profissionais de saúde pelo esforço desenvolvido durante o último ano, durante a pandemia.

Contudo, as Ordens temem que esta decisão ponha em causa a capacidade assistencial aos utentes e pedem um plano de recuperação para tudo aquilo que a pandemia atrasou.

Numa comunicação interna a que o Jornal IMEDIATO teve acesso, o Conselho de Administração do CHTS comunica a decisão de encerrar os blocos centrais e de ambulatório entre os dias 1 e 15 de agosto, garantindo, contudo, a realização de toda a atividade urgente, urgências diferidas, trauma e situações oncológicas.2

CHTS vai manter atividade urgente

Na base desta decisão está, segundo o Hospital, a “circunstância muito especial vivida nos últimos meses”, que levou a um acumular de dias de férias por “grande número de colaboradores”, para dar respostas às necessidades do hospital, no combate à pandemia provocada pela covid-19.

Assim, e por forma a garantir aos colaboradores alguns dias de férias “que compensem todo o esforço desenvolvido ao longo desse período”, assim como uma “melhor organização dos serviços e grupos profissionais”, o CHTS decidiu encerrar o bloco durante aquele período, mantendo a atividade urgente.

Na referida comunicação, o CHTS refere ainda que “os planos de férias dos diferentes grupos profissionais devem acomodar esse período de férias de modo homogéneo”, pedindo ainda que sejam tomas “todas as medidas que visem a recuperação máxima das listas de espera” até início de agosto, para que não seja posto em causa o acesso dos doentes aos cuidados de saúde.

Equipas “exaustas”

Esta decisão do CHTS merece o acordo da Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros, desde que não ponha em causa “a atividade assistencial” e não traga recuos ao nível da recuperação das listas de espera. “Consigo entender esta decisão porque temos equipas exaustas”, afirmou ao Jornal IMEDIATO João Paulo Carvalho, Presidente da Secção.

Segundo este responsável, os profissionais de saúde que trabalham no bloco operatório “foram daqueles que nunca tiveram um momento de descanso desde o início da pandemia e muitos deles foram mobilizados para as unidades de cuidados intensivos”, tendo ainda, durante os meses de menor pressão devido à pandemia, “feito um forcing para recuperar as listas de espera”.

Apesar de estar de acordo com esta decisão do Hospital, João Paulo Carvalho alerta para a necessidade de haver um plano, “para recuperar os milhares de cirurgias e consultas que ficaram atrasadas devido à pandemia”.

Também Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, teme que esta decisão possa atrasar a atividade cirúrgica do hospital. “Cada hospital vai ter que tomar decisões em função da pressão que teve e aquilo que é necessário fazer, que é dar algum tempo de repouso aos profissionais de saúde”, referiu, acrescentando que a decisão “mais sensata”, seria ter o bloco a funcionar a metade, ou reduzir o seu funcionamento nos meses que antecedem o período de férias.

O Jornal IMEDIATO contactou o CHTS que não quis prestar esclarecimentos sobre esta decisão.

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