Café Central
Fotografia: IMEDIATO / Ricardo Rodrigues

Após uma longa e árdua viagem, repleta de aventuras e desafios, Melchior, Gaspar e Baltazar chegaram esta quinta-feira ao seu destino. No Café Central, em Modelos, concelho de Paços de Ferreira, cumpre-se o último passo de uma tradição com mais de duas décadas de existência: a colocação dos três Reis Magos no presépio, seguindo os ensinamentos antigos.

“Este presépio surgiu para lembrar os tempos de infância. Com a ajuda de alguns amigos foi-se fazendo uma brincadeira dentro do café, inicialmente de tamanhos reduzidos, mas com o tempo foi crescendo”, contou ao IMEDIATO Justino Lopes, o proprietário do Café Central e responsável pelo projeto.

A pequena vila ganha (literalmente) vida na época natalícia – há dezenas de figuras nas ruas, uma banda no coreto, a azáfama de um pequeno mercado e pescadores calmamente à procura da sua sorte num lago. O presépio é atravessado por um pequeno rio que parece fazer mover lentamente uma azenha e, numa colina, as hélices de um moinho de vento giram- cada recanto tem detalhes para descobrir.

À exceção das figuras, todos os elementos que constituem a pequena vila são obra do engenho e habilidade do modelense, que todos os anos dedica várias horas para preparar e melhorar o presépio natalício. E, para a tarefa, é necessária criatividade: por exemplo, a azenha que parece movida pelo caudal do ribeiro é, na verdade, alimentada por um motor de microondas reutilizado.

O proprietário do Café Central explicou ao IMEDIATO que tenta cumprir “à linha” os modos antigos, sendo que o menino Jesus só é colocado no dia de Natal, assim como os três Reis Magos apenas chegam no respetivo dia. Para dar um toque final ao trabalho, recolhe-se musgo, tal como nas suas recordações de infância.

“Isto começou de forma pequena e, com o desenrolar do tempo foram-se fazendo mais casas e aumentando o presépio. Há pessoas que vêm ao café de propósito e até fazem pressão para não deixar cair a tradição”, afirma Justino Lopes.

Finda a época festiva, é altura de desmontar e guardar o presépio, sendo que cada pedra e até a terra usada para o solo da pequena aldeia são guardadas, esperando um ano para regressarem novamente.

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