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Antunes acredita que o FC Paços de Ferreira se vai manter na I Liga, com ou sem ida ao play-off. (FOTO Telmo Mendes / FCPF)

Vitorino Antunes, capitão do FC Paços de Ferreira, falou â agência Lusa sobre a sua carreira desportiva e o momento atual no Clube que defende, mostrando-se otimista para as nove jornadas que faltam para o final da prova, na qual os Castores lutam pela manutenção na I Liga.
O lateral esquerdo, que completa 36 anos no próximo sábado, assegura que a equipa só tem como meta a permanência, seja através do play-off ou de forma direta. O Paços encetou uma boa recuperação desde o regresso de César Peixoto ao comando técnico e soma 16 pontos no 17.º lugar, os mesmos pontos do Marítimo, 16.º em zona de play-off, e a seis do Estoril, 15.º.

«O objetivo é a permanência, com ou sem play-off. Para isso temos de ganhar pontos ao Marítimo e ao Santa Clara. Depois é passo a passo. O Estoril está a seis pontos, não ganha há vários jogos, mas são seis pontos. Tudo vai depender das próximas jornadas», referiu.

«Passámos, no início, por uma fase muito escura e difícil, mas sentíamos que muitas derrotas não eram justas. É verdade que tivemos exibições menos conseguidas, mas também houve jogadores lesionados, bolas nos postes e expulsões. Em muitos jogos até fomos superiores e foi a esse lado positivo, bem entendido, que nos procurámos agarrar, conscientes de que uma vitória poderia mudar tudo», completou.

“Injustiçado” na seleção nacional

No decorrer da entrevista à «Lusa», Antunes referiu que foi um dos jogadores “mais injustiçados” da seleção portuguesa, referindo ainda que os portugueses deviam valorizar mais o que Cristiano Ronaldo “tem feito pelo país“.

Os portugueses deviam agradecer, dar mais valor e aproveitar enquanto [Cristiano] Ronaldo continua a jogar futebol. Ele deu muito ao futebol português, à federação e à seleção, mas continuamos a calcar e a massacrar aquilo que é nosso e a invejar o que é do vizinho“, desabafou.

Para o antigo internacional luso, Ronaldo “continua a dar muito à seleção” e lembrou que o futebolista madeirense é, reconhecidamente, “um homem de trabalho, golos, dedicação e recordes“, e que “será o primeiro a abandonar [a seleção] quando sentir que não pode ser mais útil“.

Antunes foi internacional em 13 ocasiões, entre 2007 e 2017, mas a presença seleção lusa ficou sempre limitada a jogos particulares e de qualificação.

Sinceramente, acho que fui dos mais castigados e injustiçados. Fiz as fases de qualificação todas, estive inclusive no playoff com a Suécia e, depois, na convocatória final [para o Mundial’2014] foram chamados três defesas direitos. Também fiz a qualificação para o Euro’2016 e, depois, voltei a não estar presente. Sei apenas que, quando faltava alguém, chamavam o ‘bombeiro‘ Antunes“, apontou.

O capitão pacense não escondeu a “mágoa” de ter falhado as fases finais, admitindo que “algumas opções não são fáceis de explicar“.

Não guardo rancor a ninguém, mas custou-me bastante ter ficado fora de algumas fases finais, como em 2016 [Portugal sagrou-se campeão da Europa em França]. Não é que fosse um dos indiscutíveis, mas parece que só contava para certos jogos“, lamentou.

Para Antunes, a seleção lusa continua hoje a ter “muita qualidade”, mas lembrou que só isso não garante títulos.

Já não há jogos fáceis e os grupos, seleções e treinadores estão hoje mais preparados do que há 10 ou 20 anos. Temos muitas qualidades, mas as outras seleções, mesmo aquelas antes mais fracas, também evoluíram muito. Para mim, por exemplo, a melhor seleção de sempre foi a de 2004 e não ganhou nada“, concluiu.

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