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O aumento de casos por covid-19 na região do Vale do Sousa está a provocar o caos no Hospital de Penafiel. A situação tem sido denunciada por vários profissionais que se encontram ao serviço a assegurar a prestação de cuidados aos doentes.

“Uma imagem vale mais do que mil palavras e estas fotografias mostram bem o caos que se vive no Hospital de Penafiel, parece que estamos num cenário de guerra”. O desabafo é de um enfermeiro do serviço de Urgência do Hospital Padre Américo (que integra juntamente com o Hospital de Amarante o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa), na sequência de imagens que foram tornadas públicas e que dão conta de enfermarias lotadas na unidade hospitalar.

Segundo este profissional, existe no serviço de Urgências do Hospital de Penafiel, “um amontoado de macas em todo o lado, falta espaço físico e estruturas de apoio e profissionais”.

Com as enfermarias lotadas e a capacidade máxima de internamento atingida, têm sido retidos na Urgência, diariamente, cerca de 30 doentes com covid à espera para serem internados. “E ficam na ala respiratória onde estão também os doentes que aguardam resultados de testes. A estes juntam-se mais cerca de 15, com outras patologias”, afirmou o profissional.

Perante um cenário “devastador”, os profissionais procuram não baixar os braços. “Tentamos prestar os cuidados mínimos aos doentes, garantir-lhes a alimentação, a medicação, mas somos atingidos por um sentimento de incapacidade, frustração e tristeza por não conseguirmos dar mais às pessoas”, rematou.

Transferir doentes

Transferir doentes e garantir os cuidados aos doentes é também a preocupação da Secção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros. “Uma das prioridades é retirar doentes do Hospital. Se o conseguirem fazer, diminuindo o fluxo de doentes à Urgência, poderá ser a solução para resolver o problema atual”, afirmou ao Jornal IMEDIATO João Paulo Carvalho, presidente da Secção Regional do Norte.

Também o presidente da secção regional do Norte da Ordem dos Médicos alertou, recentemente, para a “situação difícil” do Hospital. “Estamos muito preocupados pela situação que aquele hospital vive. O CHTS, já em tempo normal, está subdimensionado para a população que serve, mas a pandemia agudizou essa insuficiência”, declarou António Araújo.

O Jornal IMEDIATO contactou o Conselho de Administração do Hospital, mas até à hora de fecho desta edição não obteve resposta. Recorde-se que ainda esta semana o presidente do Hospital pediu à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), um “reforço” de médicos para medicina geral e familiar para ajudar nas escalas na Urgência.

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