O rendimento médio das famílias na região do Tâmega e Sousa cresceu, entre 2022 e 2023, 6,7% passando de 15 568 euros, em 2022, para 16 614 euros em 2023. Contudo, esta região continua na cauda do país e continua a ser a microrregião com os rendimentos mais baixos.
Segundo dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o rendimento bruto declarado médio por agregado fiscal subiu 4,9% em 2023, sendo os rendimentos mais elevados das famílias residentes na Grande Lisboa e na Península de Setúbal. Do lado contrário, está a região do Tâmega e Sousa que, apesar de ter registado um crescimento de 6,7%, continua a ser das mais pobres do país.
Em 2023, o rendimento anual das famílias portuguesas era de 21 851 euros por ano, tendo registado uma subida do rendimento de 4,9% face ao ano anterior. Este valor, calculados com base nos valores declarados no IRS referente a este ano, é mais elevado na Grande Lisboa (25 890 euros), na Península de Setúbal (22 753 euros) e na Região de Coimbra (22 597 euros).
É no Interior Norte de Portugal que os rendimentos são mais baixos, em regiões como a região do Tâmega e Sousa, Alto Tâmega e Barros e Douro.
Segundo Pedro Machado, presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Segundo Pedro Machado, presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM-TS), esta tendência de crescimento tem-se verificado nos últimos anos, havendo uma convergência com a média nacional, mas ainda há muito para fazer.
Segundo o presidente da entidade que agrega os 11 municípios da região do Tâmega e Sousa, a região “no bom caminho”, muito fruto a alguns problemas que já foram debelados, caso do combate ao analfabetismo e ao abandono escolar. “São cenários que não se mudam de um dia para o outro, há problema que já foram debelados, mas ainda há muito a fazer. Houve um trabalho contínuo dos municípios que deu os seus frutos, mas temos que continuar”.
Segundo Pedro Machado, há “problemas endémicos” que ainda não foram resolvidos, apesar de se registarem melhorias. “A região não se tem poupado em sinalizar, em exigir às tutelas a resolução de questões estruturais como a acessibilidade, o ensino superior no território, e estruturas que tornem o território mais interessante para quem quer investir, nomeadamente ao nível da tecnologia e inovação”.
Assegurando que se trata de um território “que tem atratividade” e “muitos jovens”, apesar de internamento ter realidades muito díspares, Pedro Machado entende que é essencial que alguns projetos previstos para a região, tenham luz verde por parte do Governo, caso de um Centro de Formação Profissional – um projeto discutido no Concelho Intermunicipal, que mereceu aprovação por unanimidade e que que já vem do Governo socialista. “Seria um projeto gerido pelo IEFP, que dará resposta aos onze municípios, em áreas muito importantes. É uma solução muito interessante, sobretudo para contextos de crise e urge que este tipo de investimentos sejam concretizados no território, para que o território fique mais resiliente”, acrescentou.
Além defendeu ainda a necessidade de se avançar com os projetos dos Centros Tecnológicos, projetados para Paços de Ferreira e para o Marco de Canaveses. “Entendemos que esta região para atingir e ultrapassar estas médias, precisa de uma atenção especial por parte do Governo, com um programa de desenvolvimento territorial adaptado e aproveitando as potencialidades que a região tem”, concluiu o também presidente da Câmara Municipal de Lousada.