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A colaboração direta entre os Serviços de Urologia e de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) permitiu, no ano de 2020, diminuir complicações infeciosas pós-cirúrgicas nos doentes de urologia e reduzir mais de 80% do consumo de antibióticos.

Esta estratégia conjunta, que visa a constante atualização e implementação dos critérios mais recentes em relação à utilização de antibióticos, com o objetivo evitar a resistência aos antimicrobianos e manter a sua utilidade no combate às infeções, permitiu reduzir o uso de mais de 80% dos antibióticos com maior potencial para gerar bactérias multirresistentes. “A atualização dos critérios, rompendo com práticas anteriormente estabelecidas, permitiu também verificar uma melhoria franca nas infeções urológicas pós-operatórias, cerca de 70% nas infeções por agentes multirresistentes”, garantiu Joaquim Lindoro, diretor do Serviço de Urologia.

Segundo o profissional, “a utilização adequada de antibióticos já constituía uma prática do Serviço de Urologia, eram seguidas as práticas recomendadas em relação aos doentes cirúrgicos. No entanto, a atualização de critérios de acordo com as mais recentes recomendações internacionais foi primordial para a redução do uso de antibióticos de largo espectro, preservando, assim, a sua sensibilidade para que, em situações graves, estes antibióticos mais potentes possam ser usados com sucesso”.

Rogério Ruas, infeciologista, fala, mais especificamente, numa “redução de 36% dos carbapenemes e 84% das quinolonas, entre novembro de 2019 e dezembro de 2020”, salientando que “a diminuição do uso destes antibióticos é um indicador de qualidade, pois não só reduz as infeções hospitalares, como, a longo prazo, terá também impacto positivo na comunidade em relação à preservação da sensibilidade e utilidade dos antibióticos”.

“Os carbapenemes e as quinolonas são as duas classes de antibióticos com maior potencial de geração de resistências e como tal são classificados como ‘de uso restrito’ pela Direção-Geral da Saúde (DGS) que traçou metas ambiciosas para a redução destes antimicrobianos”, acrescenta Pedro Palma, também infeciologista.

Sobre a parceria, Rita Ferraz, coordenadora da Unidade de Doenças Infeciosas, diz que “a relação próxima entre os dois Serviços, permite a discussão multidisciplinar e a tomada de decisões imediatas em prol da prestação de melhores cuidados aos doentes internados no Serviço de Urologia”.

A cooperação entre os Serviços consiste numa visita física semanal aos doentes internados com a discussão de casos clínicos à cabeceira do doente e num contacto permanente entre as duas equipas. Foram também revistos e atualizados os protocolos de tratamento e prevenção antibiótica cirúrgica de acordo com as mais recentes recomendações internacionais.

Os especialistas são unânimes quanto às mais-valias desta parceria, referindo, assim, a melhor prestação de cuidados clínicos ao doente e o menor risco de complicações pós-operatórias e reinternamentos. A par do impacto positivo no prognóstico dos doentes, está também a redução dos custos hospitalares.

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