Fernando Moreira

Fernando Moreira tem uma ligação de 35 anos ao teatro, como ator e encenador. Natural de Lordelo, no concelho de Paredes, é um dos diretores da Astro Fingido, uma Companhia de Teatro que ajudou a fundar e que desenvolve atividade entre Porto e Paredes.

No Dia Mundial do Teatro, Fernando Moreira falou com o Jornal IMEDIATO sobre a importância do Teatro na construção da sociedade, partilhando da opinião do Nobel da Literatura do ano passado, Jon Fosse, de que “A Arte é Paz”.

“O teatro é cada vez mais importante pela necessidade de estarmos cada vez mais ligados às pessoas e menos às tecnologias”, referiu Fernando Moreira, certo de que “a sociedade necessita cada vez mais do teatro, no sentido de se ligar do ponto de vista emocional, e se distanciar daquilo com que somos bombardeados pelos redes sociais e tecnologia. O teatro permite-nos um filtro, permite-nos olhar a realidade de uma outra forma”.

Para o ator e encenador, o teatro é “uma bela forma de comunicar, de passar mensagens às pessoas”, fruto da sua “base ancestral, uma arte com mais de dois mil anos”, que se apoia numa questão base. “O teatro permite fazer a simulação, simular realidades que existem e que estamos a ver, mas também permite o simulacro, a realidade que ainda não existe. E isto sempre numa ideia construtiva”.

Satisfeito por perceber que as pessoas estão cada vez mais sensíveis para o teatro, Fernando Moreira entende que ainda há muito caminho a percorrer, pois a sociedade continua “muito estigmatizada” e “as famílias continuam a achar que ir para as artes pode ser muito satisfatório do ponto de vista pessoal, mas ainda não olham para as artes como uma profissão”. “Mas isso é errado porque sou ator e encenador há 35 anos e sempre foi assim que ganhei a minha vida”, acrescentou.

Para Fernando Moreira, importa que quem manda, “olhe para o lado humanista do teatro, que acolhe a diferença, é um espaço universal e plural, que dificilmente se encontra nas outras artes e isso faz do teatro uma mais valia social” e comece a dar-lhe “mais apoio e mais significado social”. “Se houvesse esse trabalho, de envolver mais as pessoas, a sociedade seria mais comprometida na forma de olhar o outro”, concluiu o ator e encenador.

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