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Este título não é meu, bem sei, pertence ao grande humorista, Ricardo Araújo Pereira e mesmo que eu não tenha qualquer pretensão de o substituir, o que ele diz, ou comenta é sempre muito bem feito! Diverte-me, faz-me rir, muito, e saem-lhe verdades que todos deveríamos guardar… Para depois reflectir…

Já todos sabem, já todos ouviram ou leram o que vai acontecendo e é de deitar as mãos à cabeça face à nossa realidade!

A revolta justa de tantos professores por oposição aos subsídios milionários, as indemnizações faustosas, os milhares e milhões que se gastam para quase nada! Também não interessa que eu volte a repetir aqui os milhões e milhões que se vão gastar com a vinda do Papa a Lisboa… Já todos ouviram, já todos conhecem os esquemas que se montam para justificar os preços loucos que se vão despender para satisfação da vaidade de um povo que, noutras situações, se contenta com quase nada. Então o actual Papa, o que está para vir a Lisboa, não é um homem simples e não quer mostrar ao mundo, quase só, o seu espírito de sacrifício e de humildade? Ou eu percebo cada vez menos a mensagem da fé cristã e finjo não ver a ostentação da Igreja?

Nada está a bater certo, parece-me. O que estou a ver,a sentir, é também mais uma vez, a prova da vaidade de um país que não tem onde cair e que, num gesto de novo-riquismo pretende mostrar o que não tem… E é isto! Diz assim R. A. P. que me faz rir pelo retrato quase perfeito que faz do povo português ou da gente vaidosa deste país. Que esquece a miséria para fazer planos gigantes pouco de acordo com o que não tem. O que dirão os sem-abrigo tantas vezes mencionados nas homilias da Igreja?

Dizia alguém, há dias, que Portugal tem a mania que é rico e por isso exagera nos gastos quando acontece qualquer evento… Por isso, é assim que o dinheiro que vai ser gasto na J.M.J. é, no mínimo, chocante e distante da nossa realidade… Já foi assim com a construção dos estádios de futebol para o Euro 2004, também com um Governo do P.S. e que agora estão quase às moscas… Não se tem aprendido nada e mesmo que agora, alguns, nos tentem enganar com um tal retorno económico, tudo isso não passa de uma treta e o actual Papa, que parece lutar contra a desigualdade social, eventualmente quererá saber, no final do evento, quais terão sido os milhões de Euros de prejuízo… Mesmo que se justifique tudo, quase tudo, com o facto de se ter construído uma obra para o futuro. E é isto… Sempre ouvi dizer que, “quem não tem dinheiro não tem vícios” mas este país tem um vício: quando se trata de uma obra para “inglês ver”, com projecção internacional, não se olha a custos nem à forma de gastar, o que importa é deslumbrar os visitantes. Já foi assim com o C.C.B., com a Expo. 98, com o Euro 2004, é agora com as J. M. J…. Isto só o que recordo! Um evento importante é sempre a justificação para gastar, sem que seja importante controlar… Nem pensar fazer má figura!Mesmo que seja curioso o argumento da valorização do “retorno” se ele existe, maior seria com custos reduzidos… Mas também isso não conta, bem sei, “pobretes mas alegretes”. Com ou para a Igreja, haverá sempre dinheiro para gastar…Foi e será sempre assim… E é isto!

 

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