O FC Paços de Ferreira reuniu esta sexta-feira em Assembleia Geral para a direção do Clube prestar “esclarecimentos aos Associados sobre as negociações para a eventual alteração do modelo de gestão da sociedade desportiva“.
Uma reunião que mobilizou muitos associados pacenses para o Pavilhão de Moinhos e da qual saíram muito mais preocupados com a situação financeira do clube do que propriamente esclarecidos quanto a certezas da futura SAD.
O presidente da direção apresentou o histórico de todos os processos acolhidos para a compra da sociedade desportiva pacense, inclusive o mais recente e que teve como intervenientes o antigo dirigente do Vitória SC e UD Leiria, Armando Marques, bem como antigo futebolista Jorge Ribeiro. As negociações foram até à elaboração do Contrato Promessa de Compra e Venda, mas pararam por aí. “Não temos data para uma possível assinatura…“, revelou Rui Abreu. A intenção passa por ouvir outras propostas alternativas que possam surgir.
O dirigente, que tomou conta do Clube a 25 de março passado, revelou também a sua preocupação pela situação financeira da coletividade, com 75 anos de existência. “A continuar assim o Paços não tem hipóteses, a situação financeira atual é gravíssima!“.
O passivo da Sociedade Desportiva (SDUQ) ascende já a cinco milhões e trezentos mil euros e continuará a aumentar por um défice mensal de cerca de duzentos mil euros.
As dificuldades financeiras estão a ter impacto direto na planificação da equipa profissional, nomeadamente nas contratações que permitam ao FC Paços de Ferreira fazer uma II Liga tranquila, ao invés da última temporada em que a manutenção só foi garantida no play-off final.
Bancada Diogo Jota
Os associados pacenses deliberaram também na Assembleia Geral, por maioria, que a Bancada de topo onde se concentra todo o futebol pacense se passará a designar «Bancada Diogo Jota», em homenagem ao atleta que concluiu a sua formação no Clube e onde iniciou uma carreira profissional de grande sucesso que o levou ao título inglês pelo Liverpool e à conquista de duas Liga das Nações pela Seleção Nacional. O seu trágico desaparecimento na companhia do irmão André Silva (também antigo jogador pacense), em acidente ocorrido a 3 de julho em Espanha, comoveu o mundo do desporto e também o FC Paços de Ferreira, clube com o qual mantinha uma forte ligação afetiva.
A bancada, que foi construída com os proveitos da transferência de Diogo Jota para o Atlético de Madrid (2016), passa agora a eternizar o seu nome no Estádio Capital do Móvel.