Um esquema de tráfico na cadeia de Paços de Ferreira, que foi denunciado pela mãe de um recluso que, durante três anos, pagou dívidas de droga consumida na prisão para travar agressões, começou a ser julgado esta quarta-feira no Tribunal de Penafiel. No banco dos réus sentam-se dois arguidos e um terceiro elemento, o cabecilha do esquema, que morreu em agosto passado.
Os três arguidos, que foram também testemunhas na operação “Entre Grades” – uma operação levada a cabo em 2019 e na sequência da qual foram detidas 30 pessoas, entre as quais detidos cinco guardas-prisionais, dois deles com funções de chefia – foram denunciados pela mãe de um recluso que, ao longo de três anos, pagou consumos de droga do filho, para que este não fosse agredido.
A mulher foi pagando, mas em fevereiro de 2015, denunciou a extorsão ao Ministério Público que deu início a uma investigação que acabou por identificar Fábio Ribeiro, conhecido por “Fabregas”, como o mentor de um esquema de tráfico na cadeia. O recluso recebia droga das visitas e vendia-a, diretamente ou com a ajuda de outros presos, aos companheiros de cárcere.
“Fabregas” foi assim acusado dos crimes de tráfico de droga e branqueamento de capitais e, no processo, outros dois reclusos também respondem por tráfico de droga.
Contudo, “Fabregas” faleceu em agosto deste ano, enquanto ainda estava em reclusão e o julgamento arrancou esta quarta-feira com apenas dois arguidos, acusados de tráfico de droga, que não quiseram prestar declarações ao coletivo de juízes.


