homicida lousada
Dayane Souza
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A Procuradora do Ministério Público do Tribunal de Penafiel, pediu ontem a condenação de Dayane Souza, a mulher de 35 anos que em fevereiro do ano passado matou o companheiro à facada na casa que partilhavam em Sousela, Lousada.

Para a magistrada, ficou claro que a mulher, de nacionalidade brasileira, teve intenção de matar o companheiro, Joaquim Teixeira, de 53 anos, apesar de esta ter alegado, em julgamento, que só o queria magoar e que os factos aconteceram no calor de uma discussão entre o casal, que mantinha um relacionamento de 14 anos, do qual nasceu um menino, hoje com 19 meses e à guarda de uma irmã da arguida. “Não foi uma lesão, foram sete, havia intenção de matar e não de se defender como ela quis fazer crer, porque para se defender não se dá sete facadas”, referiu a Procuradora.

Para além disso, a magistrada recordou ainda o histórico de consumo excessivo de álcool no seio do casal – na noite do crime Dayane Souza tinha uma taxa de alcoolemia de 2.13 g/l e Joaquim Teixeira tinha uma taxa de 2.89g/l – assim como o facto de aquela não ter sido a primeira vez que a mulher tinha ameaçado o marido com uma faca, isto porque, em 2017, Joaquim Teixeira tinha apresentado uma queixa na GNR contra a mulher, por esta o ter ameaçado com uma faca.

Para a Procuradora, a culpa da arguida advém também do facto de, na noite do crime, não ter aberto de imediato a porta aos meios de socorro que se deslocaram ao local, por ter alegado, não saber da chave. Contudo, acabou por abrir uma outra porta da habitação, sabendo ainda onde o marido guardava a chave da porta, como reconheceu durante o julgamento. “Se tivesse aberto a porta de imediato, quem sabe tinha-se salvado a vida da vítima. Tudo isto cria muitas dúvidas, que a arguida queria que a vítima falecesse”, concluiu.

Já o advogado da arguida – que se encontra em prisão preventiva – pediu que a mesma fosse condenada não por homicídio simples, ou por homicídio qualificado como pediu o advogado da assistente (a filha da vítima), mas sim por um homicídio privilegiado, tendo em conta que o crime ocorreu durante uma discussão, durante a qual os dois estavam alcoolizados.

Recorde-se que no decorrer do julgamento, Dayane Souza, reconheceu que esfaqueou o homem, na sequência de uma discussão, mas negou que o quisesse matar. “Nunca na vida tive intenção de o matar, eu amava-o, era o pai do meu filho. Eu posso ir presa porque fui eu que o matei, mas o meu filho vai crescer a saber que foi a mãe que matou o pai”, disse, no arranque do julgamento.

Segundo a arguida, nessa noite, o casal tinha saído para jantar e, quando chegaram a casa, iniciaram nova discussão que acabou com Joaquim Teixeira atingido pela mulher com sete facadas, uma das quais no coração, que se revelou fatal. Ao Tribunal, a arguida contou que a vítima a agarrou pelo cabelo e que se tentou defender, tendo então agarrado na faca. “Só o queria magoar, para que sentisse dor e me largasse, não o queria matar”, referiu.

 

 

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