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Duas coleiras de bovinos com localizadores de GPS deram início a uma investigação a dois indivíduos, que ficaram conhecidos como “os ladrões das missas” e que efetuaram dezenas de furtos em toda a região Norte, enquanto as pessoas estavam na Igreja. Os dois homens, juntamente com mais três arguidos, começaram esta quarta-feira a ser julgados no Tribunal de Penafiel e não quiseram prestar declarações ao coletivo de juízes.

A investigação começou na sequência do furto de um automóvel em Baião, a 9 de dezembro de 2023. “Dentro do veículo existiam alguns bem, em concreto duas coleiras que davam a localização”, começou por relatar ao Tribunal Carlos Carvalho, militar do posto da GNR de Amarante, que fez parte da investigação.

As diligências das autoridades começaram depois de Diamantino Pinto da Costa e Manuel Carneiro, que se deslocavam num carro furtado dois meses antes a um padre em Vidago (no qual colocaram uma matrícula falsa), terem furtado um Mercedes, em Baião, a 9 de dezembro de 2023. O carro acabou por ser abandonado poucos quilómetros depois, mas os ladrões levaram consigo um par de coleiras de localização de bovinos equipadas com GPS. Sem saber que as coleiras partilhavam a localização a cada 30 minutos, Diamantino Costa e Manuel Carneiro (irmão de Hugo “Polaco”, preso preventivamente no âmbito da “Operação Pretoriano), juntamente com mais três arguidos – João Pinho, Paulo Carneiro e Fernando Carneiro, realizaram dezenas de assaltos em várias localidades do Norte: Baião, Tarouca, Sever do Vouga, Vila Real, Amarante, Felgueiras, Bustelo, Paredes e Penafiel. Aproveitavam a hora das missas para partir os vidros dos carros dos fiéis e furtar tudo o que tinham de valor no interior.

Numa só manhã, em Vale de Cambra furtaram sete veículos levando bens no valor de mais de 3500 euros. Em Penafiel, atacaram nove veículos de uma só vez. Em Parada de Cunhos, conseguiram furtar uma mochila com três mil euros, dinheiro de um peditório e rifas. Em Baião, furtaram o interior do carro do padre e levaram nove cartões bancários pessoais e das cinco paróquias que presidia.

Na Igreja do Pessegueiro de Vouga, em Sever do Vouga, roubaram um Nissan Qashqai cuja condutora havia deixado destrancado e com as chaves na ignição. Tinha no interior uma mochila com um computador portátil, duas cadeiras auto de crianças, seis sacos de viagem e roupa diversa.

Os cinco arguidos sentam-se agora no banco dos réus, acusados dos crimes de furtos qualificados, na forma consumada e na forma tentada, de um crime de abuso de cartão de garantia e um de falsificação de documentos.

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