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Fotografia: CHTS

Um grupo de 83 enfermeiros do Hospital Padre Américo, em Penafiel, pediu escusa de responsabilidades. Segundo João Paulo Carvalho, presidente da Seção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros, a unidade hospitalar está com excesso de doentes e sem os enfermeiros suficientes.

“O hospital está com reduções e excesso de doentes e isto está a provocar o caos na urgência e a deixar doentes nas macas nos corredores”, referiu ao Jornal IMEDIATO João Paulo Carvalho, presidente da Seção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros, dando nota de que o pedido de escusa foi pedido por 63 enfermeiros do serviço de urgência e 20 de um serviço de medicina.

Segundo este responsável, o hospital precisa de aumentar o rácio de enfermeiros, assim como o número de camas, para poder dar resposta às necessidades dos doentes.

“O hospital não tem condições para atender este número de pessoas, com este número de camas, porque tem mais de 200 e tal mil doentes do que para aquilo que foi projetado. E, diariamente, mais de 100 doentes a serem levados para o setor privado, onde pagam milhões”, lamentou.

João Paulo Carvalho lamenta que ainda recentemente a unidade tenha despedido enfermeiros, “que estavam a trabalhar há meio ano e que já conheciam a dinâmica do hospital”, o que levou ainda a que deixassem de ter equipa para as camas que tinham sido criadas num contentor na urgência.

“Criaram este contentor, com 30 camas na urgência, que apesar de não serem o ideal eram aceitáveis. E por causa destes despedimentos deixaram de ter condições para ter as 30 camas e só têm 12”, denunciou.

Segundo o responsável “continuamos a não ter ninguém a olhar para o problema de forma séria e os colegas andam exaustos, preocupados e têm a perfeita noção de que as coisas podem correr mal e querem dizer, com este pedido de escusa, que não têm condições de tratar todos os doentes da forma que merecem e precisam de ser tratados”, concluiu.

CHTS reconhece que hospital “sobre de permanente pressão” e que “a alocação de recursos escassos é um problema recorrente”

Contactado pelo Jornal IMEDIATO, fonte do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa afirmou que por ser “um dos maiores hospitais do país”, que serve “cerca de 500.000 pessoas (5% da população portuguesa, distribuída por 12 Concelhos em 4 Distritos)”, o hospital “sofre de uma permanente pressão e em que a alocação de recursos escassos é um problema recorrente.

“Tem vindo a ser feito um enorme esforço de atratividade do CHTS nos últimos anos, ao ponto de, ainda recentemente, ter sido um dos hospitais que maior número de jovens médicos conseguiu fixar no recente concurso – cerca de 40”, referiu fonte hospitalar, acrescentando que “esta atratividade e o trabalho dos últimos anos de reforço da resposta assistencial”, faz com que “haja cada vez mais doentes que podem ser tratados em proximidade, sem necessidade de deslocação permanente para os hospitais do Porto”. “Mas esta resposta carece de equipas multidisciplinares, em que os enfermeiros, técnicos de diagnóstico, assistentes operacionais, entre outros, são parte fundamental”, garantem.

O Hospital diz ainda que foram “forçados” a cessar os contratos a termos de seis meses com enfermeiros e assistentes operacionais, com a perspetiva de que a afluência reduziria no Verão, o que não veio a acontecer” e alega “dificuldades de autorizações de contratação (especialmente de enfermeiros e assistentes operacionais) para fazer face às necessidades crescentes”, o que “originam maior pressão sobre os serviços que continuaremos a tentar resolver da melhor forma possível e com esforço redobrado de convencimento dos órgãos decisores para um olhar mais aprofundado das necessidades específicas da nossa região”.

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