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Uma frase, uma silhueta e uma tília são os três novos elementos que, a partir de agora, embelezam o Jardim do Sameiro, na cidade de Penafiel, em homenagem a Maria do Rosário Pedreira, a autora que esta semana é homenageada, no âmbito da 18.ª edição do festival literário, Escritaria.

“Com um livro na mão eu vejo, perfeitamente nítidos, todos os séculos”, é a frase que vai eternizar Maria do Rosário Pedreira no Jardim do Sameiro, inscrita numa peça escultórica que faz lembrar um livro. Alguns passos à frente, a tília que escolheu para dar o seu nome, dá de frente com a sua silhueta, em metal, que vai para sempre recordar a sua passagem pela cidade de Penafiel.

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Foi com muita emoção que Maria do Rosário Pedreira, viveu mais um momento de homenagem, no festival a ela dedicado e que decorre em Penafiel até domingo. “Sinto que fico ligada a um lugar que, aparentemente não tinha nada a ver com a minha vida, que é Penafiel, e que hoje é um lugar especial, porque está aqui um busto meu, um verso meu, pessoas afetuosas que produziram tudo isto à volta da minha obra. E é uma sensação muito boa”, assegurou a homenageada.

Ao longo dos dias, o festival tem dedicado várias atividades à vida e obra da figura central da homenagem deste ano, algo que para Maria do Rosário Pedreira é “um reconhecimento” de tudo o que faz. “É um reconhecimento em relação aquilo que eu faço, em termos de escrita, em termos de promoção da leitura, em termos de letras para canções, em termos de ser uma militante pela leitura e pela escrita num blogue com mais de 15 anos”, frisou. “O que sinto é uma coisa mais afetuosa”, acrescentou, deixando a promessa de visitar mais vezes o cantinho a ela agora dedicado no Jardim do Sameiro.

“Reconhecida” pelo tributo que a cidade penafidelense lhe está a prestar, Maria do Rosário Pedreira confessa que esta foi “uma homenagem completamente inesperada”, mas manifestou a sua vaidade por ter sido a escolhida. “Esta homenagem foi completamente inesperada. Uma coisa é um prémio para um livro, outra coisa é para a pessoa. E o que senti foi que, se calhar o conjunto de atividades que desenvolvo, justificava que alguém que trabalha tanto em prol do livro e da leitura, aparecesse aqui neste parque para piscar o olho aos namorados”, brincou.

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Há alguns dias na cidade de Penafiel, onde tem contactado com a comunidade local, com as escolas e participado em vários momentos culturais, Maria do Rosário Pedreira faz um balanço muito positivo do que tem vivido. “O balanço é ótimo, agora vamos ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre mim, num festival que é uma referência para mim, como para todas as pessoas que trabalham com livros. É das coisas mais imaginativas e mais completas que se pode fazer em termos de homenagear um autor”, frisou.

Domingo, será a vez da autora dar um presente ao festival, num momento em que será apresentado um livro de contos inédito. “Tentei retribuir com uma coisa nova, os contos, a minha vertente ficcionista. Amor com amor se paga e quis dar uma coisa que as pessoas não conhecessem”, concluiu.

Festival é “uma referência incontornável no calendário dos grandes eventos ligados à literatura”

Antonino de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Penafiel que presidiu ao último Escritaria na qualidade de autarca, assegurou que o sentimento é de dever cumprido, com esta homenagem a Maria do Rosário Pedreira. “É fechar com chave de ouro um ciclo de 12 anos, de 12 edições do Escritaria que tive o gosto de liderar e com um nome grande da literatura, uma mulher, pois é importante termos presença feminina no Escritaria. Sinto-me muito feliz por chegar a esta edição com um festival verdadeiramente consolidado”, referiu.

Segundo o autarca, o difícil não é iniciar um festival literário, mas depois consolidá-lo, “dar-lhe densidade, inovando a cada edição para que continue a ser sempre apelativo, para que seja cada vez mais prestigiado”. E, assegurou, o Escritaria conseguiu isso ao longo das suas 18 edições, graças aos autores que homenageou, mas também ao facto de acrescentar “prestígio” aqueles que são homenageados. “O nosso festival é uma referência que é incontornável no calendário dos grandes eventos ligados à literatura no país e que tem agora, também, essa dimensão internacional, no mundo lusófono”, frisou, destacando o facto de este ser “o único festival da lusofonia”.

“Agora que chegou à sua maioridade, vai seguramente fazer muito mais caminho do que aquele que fez até aqui, porque tem agora horizontes muito mais largos do que aqueles que teve”, concluiu Antonino de Sousa.

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