As funcionárias da empresa Costa Curta, em Boim, no concelho de Lousada, estão em greve à porta da empresa, para reclamar o pagamento de salários em atraso. A entidade patronal da empresa é a mesma da fábrica de confeções Zenaide, em Penafiel, cujas funcionárias entraram em protesto, pelas mesmas razões, na passada segunda-feira, dia 3 de março.
Em causa está o atraso no pagamento do salário de janeiro e alguns dias do mês de fevereiro, assim como duodécimos dos subsídios de Natal de férias, de outubro, dezembro, janeiro e fevereiro.
“Já entramos com um pedido de insolvência da empresa. Não queremos parar de trabalhar, nem que ele feche a empresa. Só estamos aqui a lutar pelos nossos direitos, já que não nos paga os ordenados”, referiu ao JN Marina Silva, uma das 55 funcionárias da empresa em protesto.
O patrão – o mesmo que assumiu a Zenaide, em Oldrões, Penafiel, cujas funcionárias também pararam de laborar devido aos salários e aos subsídios em atraso – assumiu a empresa em dezembro do ano passado. “Apresentou-se a nós nessa altura. Disse que íamos fazer uma formação enquanto não houvesse encomendas, que não nos preocupássemos que não faltava dinheiro na empresa e que, se fosse preciso investir 400 mil euros na empresa, investia, mas só queria que trabalhássemos”, explicou Marina Silva.
Contudo, nunca assumiu nada do que prometeu e as funcionárias foram mandadas para casa a 29 de janeiro, por falta de trabalho. Apesar de terem sido chamadas para retomar o trabalho a 19 de fevereiro e com a promessa de que os salários seriam regularizados antes disso, o que não aconteceu, as 55 funcionárias pediram a suspensão do trabalho.
Contactada pelo JN, a administração da empresa reconheceu que os problemas se deveram a uma “quebra abrupta de faturação”, já que, desde novembro, o único cliente que tinha há 15 anos deixou de fornecer encomendas, o que os levou a procurar novos clientes, atrasando a “produtividade”.
A administração referiu ainda que tentou “efetuar um acordo de pagamento com as colaboradoras”, mas que tal não foi possível. No entanto, assegurou que já se encontra a tratar de todos “os meios legais” para salvaguardar os direitos dos colaboradores.