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Na passada sexta-feira, dia 11 de julho, celebrou-se em Portugal o Dia Nacional do Socorrista, uma data dedicada a homenagear os profissionais e voluntários que se dedicam ao socorro e salvamento de vidas.

Num dia que pretende reconhecer a importância do trabalho daqueles que, diariamente, fazem o impossível para salvar vidas, que atuam em diversas situações de emergência, muitas vezes em condições adversas, para garantir a segurança e bem-estar das pessoas, o Jornal IMEDIATO mostra-lhe a realidade da região, com especial destaque para as corporações de bombeiros e elementos da Cruz Vermelha, elementos que se mostram, cada vez mais, essenciais para a sociedade. Falamos de homens e mulheres – a maioria deles de forma voluntária e sem serem remunerados por isso – que se dedicam, diariamente a defender pessoas e bens.

Na região do Vale do Sousa, nos concelhos de Paços de Ferreira, Penafiel, Paredes, Lousada e Felgueiras, existem 13 corporações de bombeiros, que concentram um total de 1.094 operacionais, que na salvaguarda e no socorro das populações são apoiados por 374 veículos.

Existem ainda três delegações da Cruz Vermelha Portuguesa, duas no concellho de Paredes, em Sobreira e Vilela e uma outra no concelho de Paços de Ferreira, na freguesia de Frazão, que têm 168 elementos
e 36 veículos.

A maior parte destes homens e mulheres trabalham de forma voluntária, por dedicação a tão nobre causa. Mas as necessidades prementes das comunidades e a necessidade de garantir o socorro em qualquer momento, levou a que as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários tivessem que contratar bombeiros, que se tornam profissionais e recebem um rendimento mensal, apesar de continuarem a
dedicar as horas livres à corporação e à comunidade, sempre que necessário.

No IMEDIATO, contamos-lhe também histórias que marcam a vida destas pessoas, muitas delas nem sempre com um final feliz, mas sempre na certeza de que tudo fizeram e que deram o seu melhor, com dedicação e profi ssionalismo, sem poderem, muitas vezes, controlar o desfecho.

No concelho de Penafi el existem três corporação de bombeiros: Entre-os-Rios, Paço de Sousa e Penafiel, que têm, no total, 236 bombeiros.

Isoladamente, a corporação de Entre-os-Rios tem um total de 60 elementos no seu corpo ativo, dos quais 23 assalariados. O seu parque automóvel é composto por 25 veículos.

Já em Paço de Sousa, estão ao serviço, 78 bombeiros, dos quais 24 são bombeiros assalariados. A corporação tem 28 veículos.

A corporação da cidade de Penafiel tem 98 elementos, dos quais 38 bombeiros assalariados. Nas suas missões de socorro, estes são apoiados por 34 veículos.

Já em Paços de Ferreira, onde existem duas corporações localizadas nas cidades de Freamunde e Paços de Ferreira, o corpo ativo total, nas duas instituições, é composto por 170 elementos.

A corporação de Freamunde conta com 90 bombeiros, dos quais 20 são assalariados, que são apoiados por 30 veículos.

A corporação de Paços de Ferreira tem 80 elementos, dos quais 20 assalariados e tem um parque automóvel com 35 veículos.

No concelho de Paredes, existem cinco corporações de bombeiros, em Baltar, Cête, Lordelo, Paredes e Rebordosa. No total estas têm 400 elementos.

Em Baltar, a corporação tem 100 bombeiros, dos quais 15 assalariados. O parque automóvel é composto por 36 veículos.

Em Cête, o socorro é prestado por 70 bombeiros, dos quais 20 assalariados, que são apoiados por 30 veículos.

Em Lordelo o socorro é garantido por 82 bombeiros, dos quais 19 assalariados. O parque automóvel conta com 29 veículos.

Já a corporação da cidade de Paredes conta com um total de 80 bombeiros, dos quais 18 assalariados. O parque automóvel conta com 22 veículos.

Na corporação de Rebordosa existem 68 bombeiros, dos quais 18 assalariados e o parque automóvel é composto por 17 veículos.

No concelho de Lousada existe apenas uma corporação de Bombeiros, composta por 108 bombeiros, dos quais 34 assalariados. O parque automóvel é composto por 35 veículos.

O concelho de Felgueiras tem duas corporações, uma em Felgueiras e outra na Lixa, que são constituídas por 180 bombeiros.

A corporação de Felgueiras conta com 84 bombeiros, dos quais 26 assalariados, que são apoiados por 24 veículos.

Na Lixa, dos 96 elementos do corpo ativo, 30 são assalariados. O parque automóvel da corporação é composto por 29 veículos.

Na região, existem ainda três delegações da Cruz Vermelha Portuguesa, em Sobreira e Vilela (no concelho de Paredes) e em Frazão (no concelho de Paços de Ferreira).

Estas têm um total de 168 elementos, dos quais 28 assalariados, que são apoiados por 36 veículos.

Em Paços de Ferreira, a delegação de Frazão tem 62 elementos, 12 dos quais assalariados, que são apoiados por 14 veículos.

Em Paredes, na delegação de Sobreira, prestam serviço 46 elementos, oito são assalariados. A delegação tem 11 veículos. Em Vilela, são 60 elementos, dos quais oito assalariados, apoiados por 11 veículos.

Histórias com final feliz

São muitas as histórias que estes verdadeiros heróis têm para contar, muitas deles com finais infelizes, mas cujo desfecho não conseguem controlar.

André Silva, dos Bombeiros de Penafiel, recorda o dia em que resgataram um cavalo da Guarda Nacional Republicana, quando o animal caiu ao rio Cavalum, em Penafiel, quando passava numa ponte que cedeu, no parque da cidade. O animal ficou suspenso e foi preciso uma grua para o retirar.

O comandante dos Bombeiros de Lousada, José Aires, lembra o dia em que tiveram que retirar um elemento da corporação de um poço, onde caiu durante o combate a um incêndio. Foi retirado com vida pelos colegas e sofreu várias lesões. Contudo, nem estas o impediram de continuar ao serviço da comunidade e ainda hoje é bombeiro na corporação.

A mesma situação foi vivida pelos Bombeiros da Lixa, que salvaram um colega de um incêndio. Esta atitude valeu-lhes o Prémio Bombeiro de Mérito, atribuído pela Liga dos Bombeiros Portugueses, por terem salvo
a vida a um bombeiro. Os soldados da paz de Vila Meã também receberam o mesmo galardão por terem ajudado.

José Morais, comandante dos Bombeiros de Paredes, lembra o dia em que retiraram uma idosa de um poço em Cristelo. Apesar das dificuldades, a mulher foi retirada com vida.

Mariana Silva resgatou uma mulher de um carro que caiu ao rio

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Mariana Silva, bombeira há três anos nos Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios, ficou marcada pelo dia 14 de outubro do ano passado, em que saiu para uma ocorrência que dava conta de que um carro tinha caído ao rio Douro, em Penafiel e que havia a possibilidade de haver pessoas no seu interior.

Chegados ao local, Mariana e o colega Filipe Almeida, hoje comandante da corporação, perceberam que havia uma mulher na água, a afogar-se. Foi a rapidez que evitou que a mulher, de 37 anos, morresse afogada no rio. Numa embarcação de socorro, a dupla fez o reconhecimento do local, num dia de condições atmosféricas muito adversas e com o rio com muita corrente. Encontrou o carro e a vítima, que foi resgatada. “Ingressei nos bombeiros para poder ajudar as pessoas, como consegui ajudar aquela senhora naquela situação”, referiu Mariana Silva, explicando que foi “muito gratificante” por ter conseguido salvar uma vida. “Saímos cheios de adrenalina e ter conseguido resgatar a pessoa foi um sentimento muito bom”, referiu.

A jovem que garante “nasceu para ser bombeira”, recebeu um reconhecimento da corporação pela coragem que teve nesta situação.

Albano Costa retirou jovem de um rio

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Albano Costa tem 49 anos e foi bombeiro voluntário na corporação de Paços de Ferreira durante 23 anos. Já saiu do ativo, mas passou a integrar o quadro de honra da instituição onde chegou por intermédio de um primo, que já ali era voluntário e “movido pela adrenalina”.

Ao longo de 23 anos, o bombeiro tem muitas histórias para contar, umas mais marcantes do que outras, mas confessa que aquelas que mais lhe custam são as que envolvem crianças, pelo “sentimento de impotência”.

Uma das histórias que recorda não envolveu crianças, mas envolveu um jovem de 18 anos que, a 19 de julho de 2016, se afogou no rio Ferreira, em Frazão, no concelho de Paços de Ferreira. Albano Costa foi o bombeiro que o retirou da água, em paragem cardiorrespiratória. Conseguiram reverter o quadro e levar o jovem para o hospital, mas este não resistiu.

Desse dia recorda que saíram para uma ocorrência normal e que quando chegaram à beira do rio viu muitas pessoas. Mergulhou então de cima da ponte e conseguiu resgatar o jovem da água. Nesse dia estranhou ter visto várias pessoas no local, sem que nenhuma se tivesse lançado à água para socorrer o jovem. “Só depois é que percebi que as havia ratos gigantes no rio”, conta.

Apesar das mais de duas décadas de serviço, Albano Costa assegura que ninguém tem treino para ver determinadas situações e que, nesse sentido, por vezes é preciso “suavizar um bocado as ocorrências, não se pode pensar em quem é a vítima, só temos que pensar em socorrer. Não podemos pensar que estamos num trabalho normal, como compor um carro, mas temos que agir sem raciocinar, sem pensar em que quem está à nossa frente. Temos que fazer o que sabemos, sem pensar nas consequências ou na circunstância, porque se pensarmos vamos bloquear”, concluiu.

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