A Semana Gastronómica do Capão à Freamunde, que decorreu em oito restaurantes, terminou na noite desta sexta-feira, com um jantar de Gala, durante o qual foi atribuído o prémio de Melhor Capão confecionado ao restaurante São Domingos, situado em Carvalhosa, Paços de Ferreira.
O evento juntou dezenas de pessoas numa quinta de Freamunde, entre criadores, entidades públicas e comunidade, para celebrar o ex-libris da cidade de Freamunde e do concelho de Paços de Ferreira: o Capão.
Arménio Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Freamunde, falou de “um dos maiores símbolos” da identidade gastronómica e cultural de Freamunde”, uma “iguaria histórica que atravessa gerações” e “posiciona Freamunde como referência de excelência na culinária em Portugal”.

Recordando o percurso do Capão à Freamunde e a sua evolução até aos dias de hoje, em que é “um produto de excelência”, reconhecido como Indicação Geográfica Protegida desde 2015, Arménio Ribeiro falou do ano de 2025, um ano que “marca mais um capítulo importante da valorização do Capão”, com a conclusão da sala de abate.
Agradeceu ainda aos criadores, aos restaurantes aderentes à Semana Gastronómica e aos embaixadores do Capão à Freamunde, assim como à Câmara Municipal, à Associação de Criadores de Capão e à Associação Juvenil ao Futuro (AJAF), que têm trabalho para elevar o nome do Capão de Freamunde e do Capão à Freamunde.
Miguel Lopes, presidente da AJAF, falou daqueles que estão longe de Freamunde – ele incluído –, por trabalho ou por circunstâncias pessoais, o que os afasta da vida pública, cultural e social de Freamunde.

Mas falou também daqueles que estão presentes, “de um povo que insiste em não mudar, em preservar a sua identidade, a sua tradição”, de que é exemplo o trabalho realizado pela promoção do Capão à Freamunde. Assim, dedicou o seu discurso ao capão, à AJAF e a todas as associações de Freamunde. “Obrigado a todos os que não foram para longe e fazem com que esta minha casa não mude, que preservam a tradição do que é sermos nós, do que é sermos Freamunde, do que é sermos a terra do Capão.
Ricardo Graça, presidente da Associação de Criadores de Capão de Freamunde, falou do ano de 2025, “marcado na história como um ano de todas as apostas”, em que decidiram dar “um passo firme e consciente” e transformar o capão à Freamunde numa marca com um propósito firme, certificando-se todo o seu processo desde a criação até ao embalamento. “Este projeto foi um plano estruturado, pensado ao detalhe”, assegurou, destacando a união existente entre os envolvidos, que permitiu concluir a sala de abate.

Tendo em conta que este ano, a Gripe das Aves condicionou a realização da Feira de Santa Luzia e a mostra de capão vivo que ali acontece habitualmente, Ricardo Graça deu nota de que, “para que o capão de Freamunde continue a ser valorizado e divulgado”, será realizada uma exposição dedicada ao Capão, organizada pela Associação Pedaços de Nós.
Paulo Ferreira, presidente da Câmara Municipal, encerrou a sessão e falou de “um dia especial” quer a título pessoal, quer enquanto autarca, por poder assistir, ano após ano, ao crescimento do Capão à Freamunde. “Tem crescido do ponto de vista da qualidade e do ponto de vista nacional, de “forma extraordinária e sustentada”. “O Capão é Freamunde é um dos grandes embaixadores do nosso concelho e da região, é sem dúvida alguma uma das maiores iguarias do país, a maior iguaria da nossa região”.

Destacou ainda tudo o que está por detrás desta iguaria, a cultura, a tradição, a história, “algo que marca a cidade de Freamunde, o nosso concelho e a nossa região” e agradeceu a todos os que trabalharam para que o Jantar de Gala fosse possível. “Esta noite é o reflexo de um ano de trabalho de muitos homens e mulheres, que fazem com que este prato e esta iguaria tenha condições para continuar a crescer e não tenho dúvida nenhuma de que tem todas as condições para continuar a crescer e ser valorizado”, concluiu.
Melhor Capão à Freamunde de 2025 foi do restaurante São Domingos
O restaurante São Domingos conquistou o primeiro prémio no concurso Melhor Capão à Freamunde. O segundo lugar foi conquistado pelo restaurante Taraco e o terceiro lugar foi atribuído ao restaurante Areia.

Esta não foi a primeira vez que o restaurante São Domingos ganhou este prémio, mas para António Santos, o proprietário, vencer não é o mais importante, apesar de quem concorre, concorre para vencer. “Todos se esforçam para fazer o melhor, mas estamos neste concurso principalmente por ser um concurso da terra”, referiu.
“Amor e carinho” são os ingredientes principais para se confecionar o melhor capão, um produto que não é fácil de trabalhar. “Tem que se começar a trabalhar no dia anterior”, referiu, explicando que esta semana gastronómica teve “muita procura”. “Não há mãos a medir”, concluiu.
