Homicídio Amarante 1


Joaquim Almeida, o homem de 49 anos que em maio do ano passado matou a tiro de caçadeira a ex-companheira e o namorado desta, em Amarante, confirmou no Tribunal de Penafiel, que disparou contra o novo namorado da mãe do seu filho. Contudo, afirmou não se lembrar de ter disparado contra a mulher de 38 anos.

Ao coletivo de juízes, o dono de uma oficina de pneus em Felgueiras, relatou que Sónia Leite, mãe do seu filho de quatro anos, começou a afastá-lo da criança, “sem explicação” e sem que tivesse uma conversa consigo, ou terminasse o relacionamento que mantinham há nove anos.

O medo de perder o filho, levou-o a querer por fim à vida. “Não estava bem por perder o meu filho cada vez mais”, contou, acrescentando que no dia 28 de maio do ano passado saiu de casa, munido de uma caçadeira, em direção a um parque em Amarante, onde iria concretizar o seu intento.

Foi nesse percurso que viu o carro da ex-companheira, frente a uma pastelaria em S. Gens. “Achei que estava no café. Estacionei e esperei que ela saísse. Ia ser a última vez que ia ver o meu filho”, relatou. Contudo, Sónia Leite não saiu da pastelaria e chegou de carro, com Joaquim Vaz. Segundo o arguido, quando o viu dentro do carro, a ex-companheira riu-se e Joaquim Vaz fez-lhe um gesto obsceno com os dedos. “Fiquei dentro do carro, mas ele fez-me um segundo gesto”. Foi então que, contou, saiu do carro e disparou contra o homem. “Fiquei cego e perdido”, afirmou. Confrontado com o disparo efetuado contra a ex-companheira, Joaquim Almeida insistiu não se lembrar de mais nada, só se recordando depois de ter chegado à sua oficina em Longra, Felgueiras, de onde partiu em direção a Paredes, onde tinha uma casa. “Ia-me suicidar-me lá”.

Já em Paredes, Joaquim Almeida desistiu da ideia de se suicidar. “Pensei na minha família”. Dali foi para o Porto e depois para Viana do Castelo regressou a Felgueiras, onde acabou por ser preso, uma semana depois.

Depois de elogiar a mãe do seu filho e o amor que sentiam um pelo outro, Joaquim Almeida chorou. “Fui um criminoso. Nunca me vou perdoar a mim próprio. Não devia ter feito isto a ninguém e muito menos à mãe do meu filho”, rematou.

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