As doenças musculoesqueléticas afetam grande parte da população e tornam-se mais frequentes com o envelhecimento. Na CUF, a resposta é assegurada por equipas subespecializadas e multidisciplinares para garantir maior precisão no diagnóstico e melhores resultados no tratamento. Em entrevista, Mariana Cunha Ferreira e Jorge Mendes, coordenadores de Ortopedia na CUF, explicam quais as patologias mais frequentes, a importância do diagnóstico precoce e o impacto desta abordagem na saúde musculoesquelética.
Quais as doenças musculoesqueléticas que mais afetam a população?
Mariana Cunha Ferreira (MCF) – As doenças musculoesqueléticas mais comuns variam conforme a região anatómica e incluem patologia traumática e degenerativa. Na coluna, são comuns fraturas vertebrais e hérnias discais agudas após esforço ou queda, bem como lombalgia crónica ou estreitamento do canal vertebral. No ombro e cotovelo, surgem frequentemente ruturas traumáticas dos tendões, fraturas, tendinites, artroses e inflamações como a epicondilite. No punho e mão, destacam-se fraturas após quedas, lesões de ligamentos, patologias degenerativas como a síndrome do túnel cárpico, rizartrose e diversas inflamações dos tendões. O joelho é uma das articulações mais afetadas, tanto por lesões traumáticas quanto por degeneração articular, sobretudo artrose. Na anca, as fraturas são muito prevalentes na população idosa, acompanhadas de condições degenerativas como artrose e tendinopatias glúteas. No pé e tornozelo, são comuns fraturas, entorses, artrose, fasceíte plantar e deformidades como joanete (hallux valgo). Na ortopedia pediátrica, são comuns fraturas típicas da infância, geralmente relacionadas com a atividade física, assim como patologias do desenvolvimento, incluindo displasia da anca e escoliose.
O envelhecimento está muito associado a doenças ortopédicas, porquê?
Jorge Mendes (JM) – O envelhecimento é um fator determinante no aparecimento de doenças musculoesqueléticas porque, ao longo dos anos, o corpo sofre uma série de alterações estruturais e funcionais que tornam os ossos, articulações, tendões e músculos mais vulneráveis. Com a idade, a densidade óssea diminui, aumentando o risco de fraturas. As cartilagens desgastam-se, levando a formas degenerativas como a artrose, causando dor e limitação funcional. Os tendões perdem elasticidade e resistência, tornando-se mais propensos a ruturas ou tendinopatias, enquanto a massa e força muscular diminuem, comprometendo a estabilidade articular e aumentando a suscetibilidade a quedas e lesões traumáticas. Assim, o envelhecimento não só aumenta a incidência de doenças degenerativas, como também torna as pessoas mais vulneráveis a lesões traumáticas, justificando a necessidade de acompanhamento por equipas subespecializadas que consigam intervir precocemente e de forma diferenciada para preservar função e autonomia.
Que importância tem um diagnóstico precoce?
JM – Um diagnóstico precoce permite intervir antes que a doença progrida, evitando complicações e cirurgias mais complexas. A avaliação precoce por um ortopedista subespecializado na área anatómica em questão permite diagnósticos mais rápidos, precisos e orientados. É importante referir que a dor musculoesquelética não deve ser normalizada e, por isso, quando existe dor persistente, perda de mobilidade ou limitação funcional, é importante procurar ajuda especializada precocemente.
Como é feito o tratamento destas doenças na CUF?
MCF– Na CUF, a abordagem ao doente musculoesquelético é multidisciplinar e subespecializada. O ortopedista específico da área envolvida coordena a avaliação e o plano terapêutico, que é articulado com outras especialidades fundamentais, como fisiatria, fisioterapia, imagiologia, reumatologia, medicina desportiva e terapia ocupacional. Esta integração assegura um percurso clínico completo: diagnóstico especializado, tratamento adequado e reabilitação personalizada.
Assim, cada doente é acompanhado por uma equipa que se articula entre si e que ajusta o plano de acordo com a evolução clínica, garantindo segurança e consistência ao longo de todo o processo.
Porque é importante uma equipa diferenciada para o sucesso do tratamento?
MCF– A Ortopedia é hoje um campo tão vasto que nenhuma abordagem generalista consegue abranger com a mesma profundidade todas as patologias. Uma equipa diferenciada aumenta a precisão do diagnóstico e eleva a qualidade do tratamento. Cada subespecialista dedica a prática clínica e formação contínua à sua área, o que lhe permite desenvolver um domínio técnico profundo sobre as patologias mais complexas, acumular maior experiência cirúrgica, escolher os tratamentos com maior precisão e evoluir constantemente, sempre apoiado na melhor evidência científica disponível. O resultado são tratamentos mais eficazes, seguros e adaptados à condição do doente.
Hoje em dia, as técnicas cirúrgicas são cada vez menos invasivas, com claras vantagens para o doente. Quais os benefícios que destaca?
JM – A utilização de técnicas minimamente invasivas, como a artroscopia no ombro, joelho e tornozelo, a cirurgia endoscópica no tratamento do síndrome do túnel cárpico ou abordagens cirúrgicas reduzidas na anca e na coluna, permitem tratar de forma mais precisa e menos invasiva.
Os principais benefícios incluem menor dor pós-operatória, recuperação funcional mais rápida, menor risco de infeção, cicatrizes mais pequenas, regresso mais precoce às atividades e internamentos maiscurtos. A nossa equipa subespecializada utiliza estas técnicas de forma sistemática, porque cada cirurgião domina profundamente os procedimentos da sua área, permitindo resultados mais consistentes e seguros.
Equipa de Ortopedia
Anca/joelho
Jorge Mendes
Joelho
Pedro Ferreira Pereira
Nuno Ferreira
Coluna
João Duarte Silva
Miguel Relvas Silva
Ombro e Cotovelo
Daniel Brás Lopes
Maria João Leite
Punho/mão
Mariana Cunha Ferreira
Tornozelo/pé
Diogo Soares
Flávia Pinto Moreira
Ortopedia Pediátrica
Joana Freitas
Rui Moura Martins
Ortopedia Geral
Veiga Rodrigues
CUF Arrifana de Sousa, S.A. | Penafiel | NIPC 501319956 | Licença nº 13606/2017 | Registo ERS E134804


