Quando me disponho a escrever sobre as próximas eleições ou, minimamente, sobre candidatos presidenciais, é divulgada uma sondagem inoportuna, fora do tempo, porque foi composta antes dos debates que já decorrem. Não devia ter sido divulgada pois, de mentiras estamos nós fartos! Adiante…
Bem sei que é o tempo de escolher e, porque todo o processo começou bem cedo, não há razões para não votar. Apoiada em muitos dados que considero essenciais para decidir em consciência, quase dispenso os debates, os cartazes, o folclore que se cria à volta da propaganda eleitoral. Não foi difícil escolher, eu já escolhi!
Começando pelos mandatários, tenho de destacar a mandatária de A. J. Seguro, uma mulher que nunca se envolveu em política e que, desta vez, aceitou o desafio. Independente, agregadora, Maria do Carmo Fonseca é cientista e professora catedrática de Medicina, em Lisboa, que Seguro terá justificado como um bom sinal de que quer trazer “os melhores para a vida pública.”
Convenhamos que é muito importante esta nota de quase justificação já que, todos sabemos também, hoje, não são os melhores que fazem política. Longe disso! Neste caso concreto, gostei muito de ouvir esta mandatária que justifica ter aceitado o convite por querer “um futuro construído com inteligência, coragem e independência… Um Presidente que valoriza a Ciência, a Educação e a Cultura como forças vivas capazes de transformar o país.” Paralelamente, não me interessa muito saber os nomes dos que apoiam ou não, A. J. S. Não vou, não podemos ir por aí!
Nesta fase, relativamente distante da data da eleição, é compreensivo que os candidatos não tenham aberto o jogo todo e até tentem guardar alguns trunfos para os dias mais próximos das eleições, mas, os eleitores já os conhecem, já poderão decidir… Às vezes, não é preciso muito para poder escolher, olhando o presente e, sobretudo, revendo o passado. Neste sentido considero A.J.S. um homem discreto, mas competente e bastará lembrar que não fez parte dos que se deixaram ludibriar por Sócrates. Foi capaz de se remeter ao silêncio, revelando desprendimento, sensatez e coragem política. Nem todos fazem assim!
Concordo com ele, que se sinta um político diferente, capaz de se distanciar das maquinações partidárias. Um Presidente da República não se escolhe pelos gritos, pela versatilidade, por ser beato ou comentador. Interessa mais assumir sinceramente o que pensa ou o que poderá realmente fazer. Mesmo que me contrariem, neste país tão fragmentado, ameaçado pela extrema-direita, faz falta alguém com as ideias certas, com convicções, com coragem, sobretudo. Sobretudo, Seguro, tem condições éticas e políticas mais do que suficientes para ser um bom candidato, a sua Biografia, demonstra-o bem. Poderá vir a ser um Presidente que apoie reformas, que aguente a contestação popular, que seja honesto, mesmo sem a chama enganadora da campanha eleitoral. Do que vejo, do que ouço observo muita inconsistência, muita confusão nos princípios que defendem. O conceito de liberdade não justifica tudo, a responsabilidade e o compromisso sério são os valores fortes, capazes de liderar, de convencer, de compreender as questões do nosso mundo contemporâneo. Acredito nesses valores, acredito na capacidade, na vontade permanente de Seguro para mudar, para melhorar a vida das pessoas, hoje.
Não tiro qualquer proveito desta mensagem que aqui registo, hoje. Não interessa! Tal como Seguro respondeu um dia a uma sua aluna indecisa, eu recordo as suas palavras: “Faça política enquanto sentir que é isso que deve fazer.” Seguindo-o, votarei nele!


