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Patrão da W52 e inspetor da PJ acusados de falsificação de documentos

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Adriano Quintanilha, patrão da antiga W52-FC Porto e um inspetor da Polícia Judiciária (PJ) a exercer funções na Diretoria do Norte, foram acusados pelo Ministério Público (MP) por terem elaborado um documento que Adriano Quintanilha deu aos ciclistas e ao diretor desportivo da equipa para assinarem, que o ilibaria de responsabilidades no esquema de doping da equipa de ciclismo.

Segundo a acusação do MP, o plano foi montado pelo patrão da W52-FC Porto, depois das buscas efetuadas, em abril de 2022, à equipa e aos ciclistas por suspeitas de doping e que deram origem ao processo Prova Limpa, que está atualmente em julgamento.

“Alarmado com as consequências penais e disciplinares que aquelas condutas acarretariam para si e para a Associação sua representada”, Adriano Quintanilha “decidiu delinear um plano que visasse eximi-lo, a si e à Associação, de qualquer eventual responsabilidade dos factos em investigação naquele processo”. Assim, aproveitando-se da relação de amizade que mantinha com o inspetor da PJ, que “sabia partilhar consigo o mesmo sentimento de apego à equipa W52-FC Porto e ao ciclismo”, criou com este um “Código de Conduta”, que atestava que quer ele quer a Associação Calvário Várzea, desconheciam o esquema de doping em investigação no processo Prova Limpa.

O documento, datado de janeiro de 2022, data anterior a abril de 2022, mês da realização das buscas e das apreensões efetuadas na Operação Prova Limpa, foi dado aos ciclistas e a Nuno Ribeiro, para que o assinassem. Alegando que “estariam a proteger a equipa de ciclismo, a sua participação enquanto ciclistas da W52-FC Porto e o seu trabalho”. Alguns ciclistas assinaram, sem se aperceberem de que a data não correspondia e outros recusaram-se a assinar e foram ameaçados de que não receberiam os salários, tendo acabado por aceder ao pedido do patrão da equipa.

Os ciclistas assinaram o documento em circunstâncias “pouco propícias a grandes reflexões, tais como o autocarro da equipa após a realização de uma prova”.

A Calvário Várzea, Adriano Quintanilha e o inspetor da PJ estão acusados de falsificação de documento. O patrão da W52 está ainda acusado de coação, enquanto o inspetor está igualmente acusado de favorecimento pessoal.

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