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Movimento pela desagregação de Penafiel acusa Coligação de “falta de vontade política” no processo

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Os responsáveis pelo movimento que, juntamente como Partido Socialista de Penafiel, apresentaram à Assembleia de Freguesia de Penafiel uma proposta para a desagregação para da freguesia de Penafiel e que acabou por ser chumbada, realizaram no passado sábado uma conferência de imprensa na qual acusaram a Coligação Penafiel Quer (PSD-CDS-PP) de ser contra a desagregação e garantiram que vão continuar a lutar para que seja reposta “uma injustiça” com as freguesias Novelas, Santiago, Marecos, Milhundos e Santa Marta, que, com a que ficou conhecida como “lei Relvas”, passaram a integrar a Freguesia de Penafiel.

Ladeado por ex-autarcas e membros das juntas de freguesias que foram agregados à freguesia de Penafiel, Carlos Monteiro, antigo autarca da Junta de Novelas, criticou a justificação dada pela Assembleia de Freguesia de Penafiel, reunida no passado dia 9 de janeiro, para chumbar a proposta da desagregação e garantiu que “não foram apontados erros que inviabilizassem a sua aprovação”.

Reconhecendo que o documento poderia ter “pequenos erros”, mas não irregularidades, Carlos Monteiro garantiu que o mesmo se encontrava “bem redigido”, não tendo sido aprovada porque “a Coligação não quer a desagregação”. “Já o demonstrou em 2012 quando votou a agregação e agora que era o momento em que podiam fazer história e corrigir um erro que cometeu em 2013 e não o fizeram”, frisou.

Salientando o facto da decisão da Assembleia de Freguesia não ser vinculativa e obrigar a que o documento fosse votado em Assembleia Municipal antes de ser enviado para a Assembleia da República, Carlos Monteiro manifestou a sua certeza de que se o documento chegasse até ao Governo, à semelhança do que tem acontecido com outras propostas, o mesmo poderia ser retificado “em pequenos pormenores”. “Quando há boa vontade política, nada disto seria inviabilizado”, referiu, acusando a Coligação Penafiel Quer de ser “colonizadores”, “arreigados a princípios que não se coadunam com aquilo que se passa neste momento”.

Face a esta reprovação, Carlos Monteiro afirmou que todas as pessoas envolvidas no movimento não aceitam esta posição e garantiu que vão “continuar a lutar”.

Referiu ainda que ficou “triste” com esta tomada de posição da Assembleia de Freguesia de Penafiel, na medida em que contava com a aprovação da proposta, depois de ter tido por parte de Carlos Leão, o presidente da Junta de Freguesia e de Antonino de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Penafiel, que não seriam contra a vontade da população e não inviabilizariam a proposta. “Tinha a possibilidade de poder contraditar tudo isto. E se uma palavra houvesse do Carlos Leão para com os membros da Assembleia e os elementos do partido, não tenho a menor dúvida que podia dar uma volta completa ao assunto. Mas ele não teve essa vontade política”, declarou.

Garantindo que o movimento que integra e que foi responsável pela proposta apresentada em Assembleia de Freguesia, Carlos Monteiro garantiu que expressa a vontade da população que não foi cumprida e que poderá trazer “grandes surpresas” à Coligação nas próximas eleições autárquicas. “Tenho a certeza que as pessoas se vão relembrar disto e vão votar contra as pessoas que não quiseram que as pessoas tivessem a sua autonomia”, referiu.

No final, os participantes garantiram que este é um “movimento apartidário”, que “não está contra nenhum executivo”, mas apenas do lado da população. Carlos Monteiro, referiu ainda que a proposta que apresentaram “expressa a vontade da população”, e assenta no facto destas quererem recuperar a autonomia e a proximidade perdidas por força da agregação, assim como o investimento que passou a ser “quase nulo” depois de passarem a fazer parte da freguesia de Penafiel. “Podemos ter perdido uma batalha, mas entendemos que não perdemos a guerra. Vamos continuar a lutar, a esclarecer as pessoas daquilo que lá se passou, de que a Coligação mais uma vez não quis que as pessoas pudessem gerir os seus destinos. E daqui para a frente estaremos atentos a alguma alteração da legislação porque todos estamos convencidos que a lei vai ser alterada”.

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