A Associação Desportiva de Carvalhosa está a viver um momento único de verdadeiro renascimento no futebol de formação. Após mais de 10 anos sem atividade regular nos escalões jovens, o clube desencadeou um projeto ambicioso que já começa a dar frutos. Em apenas três meses, o número de jovens atletas cresceu de forma impressionante e a identidade formativa começa a afirmar-se com clareza no concelho de Paços de Ferreira.
“Tem sido uma agradável surpresa. Começámos com apenas 11 meninos, entre os 6 e os 11 anos, sem qualquer experiência competitiva. Nem um escalão dava para abrir. Hoje, estamos com perto de 50 atletas, muita procura, três escalões já garantidos e com possibilidade de abrirmos um quarto”, conta Bruno Ferreira, coordenador da formação da AD Carvalhosa.
A base deste crescimento não se deve apenas aos números, mas sim a uma filosofia bem definida que tem conquistado atletas, pais e comunidade. Segundo Bruno Ferreira, o projeto assenta em três pilares simples, mas essenciais: treinos, intensidade e carinho.
“É fruto de uma cultura de formação diferente, com a qual os pais se identificam. Aqui, todos os meninos são tratados por igual. O nosso objetivo principal é ensinar e jogar bom futebol. Não existe pressão para ganhar absolutamente nada. Queremos formar jogadores e pessoas, não uma cultura de vitória a qualquer preço.”
A coordenação sublinha também o profissionalismo com que a estrutura foi pensada: desde o planeamento semanal à forma de jogar, tudo está devidamente estruturado e informatizado. Apesar do pouco tempo de implementação, o projeto nasceu com bases sólidas.
“Não estive na génese do regresso da formação, mas nasceu bem — com cabeça, tronco e membros. Temos tudo planeado: como treinamos, como jogamos, como comunicamos com os pais. As nossas equipas técnicas são experientes e, mesmo estando habituadas a vencer títulos, todos têm essa mentalidade: a formação é mais importante que o plástico ou o metal das taças e medalhas.”
Por fim, Bruno deixa um apelo direto à população:
“Carvalhosa é muito grande e não tinha formação há mais de uma década. Chegou a altura de a população se unir em torno do clube. Toda a ajuda é necessária — seja como atleta, como treinador, como voluntário ou como parceiro. Este projeto é de todos.”
