O Bullying está na ordem do dia, e é frequentemente associado, infelizmente, ao local mais importante para as nossas crianças: a escola! Esta deveria proporcionar aprendizagem na construção da felicidade (profissional/pessoal) dos alunos, ao desenvolver a sua flexibilidade intelectual, inteligência emocional, social e espiritual. Infelizmente, a nível mundial, uma em cada três crianças é vítima de bullying. Em Portugal, cerca de um em cada 17 alunos, entre os 11 e os 18 anos, diz já ter sofrido bullying, ou seja, cerca de 6% dos alunos reportaram já terem sido vitimizados, em algum momento.
Mas antes, vamos saber o que é o bullying. Este termo foi criado pelo psicólogo sueco-norueguês Dan Olweus considerado um dos pioneiros no estudo do bullying escolar. O bullying corresponde a qualquer comportamento, exercido por um indivíduo ou grupo, com intenção de controlar, prejudicar ou magoar alguém, física ou psicologicamente. Ou seja, são comportamentos agressivos que ocorrem repetidamente e com um propósito definido (humilhar, denegrir, magoar, discriminar, desprezar, isolar…).
Basicamente podemos tipificar o Bullying nas seguintes formas:
Direto (físico ou verbal) – agressões físicas, insultos, ameaças;
Indireto – Exclusão social boatos, manipulação;
Cyberbullying (redes sociais, e-mails, sms…) e
Sexual – comentários ofensivos, toques não consentidos.
O bullying é considerado um comportamento aprendido. Isto significa que o bullie, ou seja, o agressor, vivenciou ou experienciou comportamentos semelhantes, em casa, na escola, etc, aumentando a probabilidade de se tornar um bullie mas, claro, que também depende da sua personalidade. Quantos comportamentos que os pais apresentam diante dos seus filhos que, infelizmente, mesmo sem o quererem de forma consciente, reforçam esse comportamento agressivo? Como é que os pais repreendem os filhos? Vamos dar um exemplo: O irmão mais velho bate no mais novo. Chega o pai (quase nunca é a mãe) e bate no filho mais velho e diz: -Isto é para aprenderes que os mais velhos não batem nos mais novos! Jamais esquecer: A prática da violência valida a violência como prática! Ele vai utilizá-la também! Pode ser com os colegas, ou mais tarde, com a namorada! Por vezes, o agressor de hoje foi a vítima de ontem. Qual a educação oculta ou implícita que passa para os nossos jovens, de casa, da escola, das redes sociais, da sociedade em geral? A quanta violência explícita e implícita estão expostos?
Interessante será também questionar de que forma o bullie ou agressor escolhe as suas vítimas. Existem algumas características que potenciam a probabilidade de uma criança sofrer de bullying, tais como: baixa auto-estima, insegurança, mais novas (menos força física), ser diferente (baixo, gordo, deficiente, introvertido), ter poucos amigos, pertencer a uma minoria, etc. Significa então, que a prevenção do bullying, assenta na intervenção dos nossos jovens na generalidade e, em especial, nos agressores e nas vítimas. É aqui, que o Coaching como ferramenta ideal de desenvolvimento pessoal (incentivando a reflexões profundas), pode atuar de forma eficaz.
Através da Prática do Coaching, ao trabalhar-se um Projeto de Vida mais feliz por parte dos nossos jovens, os autoconsciencializa da importância de relações positivas e saudáveis, da importância da compaixão pelos outros, num sentido profundo de inclusão.
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