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“Para que ninguém passe a consoada sozinho”, Inês Neto realiza Ceia Solidária a 24 de dezembro

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Restaurante Brejeiro

“Para que ninguém passe a consoada sozinho ou sem uma refeição quente”, Inês Neto, dona do café Flor de Café, em Meixomil, Paços de Ferreira, vai organizar, na noite do dia 24 de dezembro, uma Ceia de Natal Solidária para oferecer companhia e aconchego a todos aqueles que precisem.

A ideia inicial de Inês Neto, de 32 anos e natural da freguesia de Carvalhosa, mas com estabelecimento aberto em Meixomil, era distribuir refeições no Porto, na noite da consoada. Mas uma conversa com o pároco da freguesia depressa a fez mudar de ideias e decidir organizar uma Ceia de Natal Solidária para poder oferecer uma companhia e aconchego numa noite que muitos passam sozinhos e com dificuldades. “Temos pessoas com necessidades à nossa porta e muitas vezes nem reparamos nisso”, referiu Inês Neto, certa de que não vai mudar o mundo, mas de que, naquela noite, vai mudar “a vida de alguém”, ao acolher no seu café “quem precise de uma refeição quente, de um sorriso ou simplesmente de sentir que não está esquecido ou sozinho nesta época do ano”.

A iniciativa, que é totalmente gratuita e conta já com 36 inscritos, entre os quais quatro crianças, começou a ser divulgada por Inês Neto, que apelava a todos aqueles que se quisessem associar para a contribuir, com o que têm em casa, para que possa confecionar uma tradição refeição natalícia, onde não irá faltar o bacalhau com todos, as rabanadas e o bolo-rei. “Foi muito bem acolhida a ideia, nunca pensei que tivesse tanta adesão e chegasse tao longe. A minha ideia era trabalhar com os meus fornecedores e clientes e mesmo que não tivesse quem me ajudasse ia fazer sozinha, mas, graças a Deus, ainda há pessoas muito boas, a querer ajudar, dar coisa, pessoas de Lisboa, de Guimarães, de braga”, contou a mulher.

A ideia inicial era “não aceitar nada”, mas rapidamente percebeu que existem pessoas regidas pelo mesmo princípio que a fez ajudar quem mais precisa. “Alguns querem mandar dinheiro, mas dinheiro não aceito. Estou a aceitar comida e brinquedos e no fim da ceia, o que sobrar vou dar a quem está cá ou a outras que necessitem. Não vai haver desperdícios”, assegurou.

Inês Neto tem as inscrições abertas até ao dia 22, para conseguir ter uma estimativa do número de pessoas e organizar os presentes para as crianças, mas quem aparecer na noite de Natal será bem-vindo. “É óbvio que quem aparecer na noite de Natal será acolhido. Não vou fechar a porta a ninguém”.

A ideia de Inês Neto é continuar com a iniciativa nos próximos anos e tem que a certeza que ainda contará com mais pessoas. “As pessoas não habituadas a quem faça o bem e alguns ainda ficam desconfiados. Mas faço questão de lhes mostrar esta é uma iniciativa para todos, sem discriminação racial ou social. O que eu quero é que tragam um sorriso nos lábios”, referiu.

Na tarefa, na noite da consoada, Inês Neto vai contar com a ajuda de uma funcionária do Flor de Café e uma cozinheira, que também estariam sós no Natal, e um casal da Maia que se ofereceu para ajudar.

Inês Neto também tem família, mas irá passar a noite com aqueles que a escolheram para ser a sua “família de acolhimento”. “Vai ser a minha família de acolhimento nesse dia e que me vai ficar para a vida, vou fazer bem a essas pessoas, mas estou certa de que vão fazer muito mais por mim”, referiu a mulher, esperando que esta iniciativa sirva “de inspiração” para outras freguesias e que o “fazer o bem” se multiplique.

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