A mulher de 28 anos que foi colhida mortalmente por um comboio, ao início da noite desta segunda-feira, na Linha do Douro, junto ao apeadeiro de Irivo, no concelho de Penafiel, já tinha apresentado queixa às autoridades contra o companheiro, que estava consigo naquele momento fatal e com quem mantinha um relacionamento conflituoso.
Na noite de segunda-feira, Gracinda Teles saiu de casa em direção ao apeadeiro, com o seu companheiro, um homem com cerca de 50 anos, com quem vivia há alguns anos, numa casa situada a poucos metros do local do acidente. Ao que o JN apurou, os dois mantinham um relacionamento conflituoso, marcado por discussões e por consumos excessivos de álcool e, Gracinda Teles tinha já apresentado queixa por violência doméstica contra o homem.
Na noite do incidente os dois saíram de casa e deslocaram-se, a pé, para o apeadeiro, levando consigo um garrafão de vinho e, de acordo com os vizinhos, discutiram pelo caminho.
O casal terá parado junto à linha e, em circunstância que estão agora a ser investigadas pela Polícia Judiciária, Gracinda Teles caiu e foi colhida mortalmente por um comboio que fazia a Linha do Douro, no sentido Porto-Marco de Canaveses.
Os Bombeiros Voluntários de Paço de Sousa, assim como a equipa da viatura médica de emergência e reanimação do Vale do Sousa foram acionadas, mas já nada havia a fazer. A GNR de Paço de Sousa também foi mobilizada, tendo sido depois o caso entregue à Polícia Judiciária, que na noite do acidente, ainda no local, interrogou o companheiro da vítima e o maquinista.
Gracinda Teles morreu a poucos metros do local onde o seu avô foi também colhido mortalmente por um comboio, em abril de 2019. Órfã de mãe, Gracinda Teles era a mais nova de três irmãos e já tinha perdido o irmão do meio, que foi encontrado morto em casa, em março deste ano, ao que tudo indica, vítima de suicídio.
O funeral de Gracinda Teles realiza-se hoje, pelas 15 horas, na Igreja Paroquial de Irivo.
