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Estamos assim…

Saudade/Contra o medo… esperança!

O Estado não chega a todos, impossível, não pode. O mesmo acontece relativamente às promessas eleitorais que, não se cumprem, ou são substituídas, quase sempre, por outras, mais atraentes talvez, ou que, em tempo oportuno, acabam por dar mais votos… Foi assim, está a ser assim e, nessa medida, não chegam, não podem chegar a todos os cidadãos. Isso pouco importa para alguns, bem sei, para outros, talvez bem menos, isso faz muita falta! Do que posso observar, constato que há presentes e/ou regalias a mais para alguns e muitos outros, estão sempre à espera… Não há resposta para todos, não queiram convencer-me disso!

Muitos alunos continuam sem professores, muitos doentes, muitas grávidas, muitos docentes e alunos colocados a longas distâncias e a vida tem de continuar… Para todos estes, naturalmente…

Estas insuficiências podem vir a ser graves e tantas, continuam sem solução! O que pretendo dizer com isto?  Sei que é muito pouco para que este parecer seja claro mas, em tempo de campanha eleitoral, melhor é ficar por aqui…  O País e até o Concelho parecem estar bem vistos lá fora, mesmo por outros políticos que pouco sabem ou pouco terão a ver connosco mas, o que sente cada eleitor, não pode deixar de se reflectir no voto. E isso também conta!

Não é fácil alguém influenciar-me, quase só os livros o fazem! Assim, como quase só, um livro nasce da Leitura de muitos outros livros, a leitura diária de um jornal também ajuda. Por isso, da reportagem de um jornal diário, a propósito do sucesso de um político que, afinal, quase todos criticam, sou levada a transcrever as palavras do crítico, historiador, José Pacheco Pereira. Diz assim:”A Indústria da distracção, prospera.” Vive, diz ele, da “ignorância agressiva, de trivialidades, vídeos cómicos, de fúrias e arregimentação, de adições vulgares que distraem as pessoas das suas vidas desinteressantes e miseráveis.” Disto, concluo, o entretenimento é uma droga dura numa democracia fragilizada.

Chegada aqui, sou levada a concluir o seguinte:Não digo tudo o que penso, melhor assim, mas reconheço que andamos quase todos, muitos, ao contrário do que seria de esperar. Palestras, análises literárias, livros, visitas de estudo, para quê? Afinal, há tantas propostas de ocupação do tempo… Afinal, os eleitores que votarão pelas primeiras vezes daqui por uns anos, já aplaudem as figuras que aparecem nas Escolas básicas e secundárias, por este país fora…

Bem sei que são as ideias que devem ser combatidas, não as pessoas, mas, para isso, é preciso preparar os eleitores que, na minha opinião, estão, quase todos, muito mal preparados… Quantos deles leram um, dois livros, no último ano que passou? Quantos deles não assistiram, nos últimos tempos, a um encontro literário, uma visita de estudo para aprender ou consolidar conhecimentos anteriormente abordados? Quantos foram ouvir alguém com formação superior, capaz de ensinar ou ajudar a descobrir matérias alguma vez tratadas antes?

Não, não é bem isso que conta aqui, logo, os jornais estão com dificuldades, há livrarias que fecham, há gente cada vez menos motivada porque é fácil descobrir que conta mais o penteado ou o gel das unhas que se mostram nos momentos ou nos dias que deixam nas fotografias… Cultura? Património? Defesa dos costumes ou falares regionais? O que é isso, para tantos que enchem as listas dos que se julgam ou deixam rotular de melhores para o exercício de funções governativas? Tudo isto é um sinal dos tempos que correm, bem sei, mas também sei que, para muitos, o conhecimento não vale a pena… E eu fico muito triste com isso…

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