O escritor angolano Pepetela, já está na cidade de Penafiel onde, até domingo, é o homenageado no âmbito da 11.ª edição do festival literário, Escritaria.
No Jardim do Sameiro, onde a sua passagem por Penafiel vai ficar eternizada com uma frase da sua autoria – “A transferência de conhecimentos, ideias e emoções através dos livros devia ser eterna, mas está em risco” – e a sua silhueta, Pepetela confessou que não esperava encontrar esta manifestação em torno da sua pessoa. “Não esperava encontrar a cidade assim. Supera aquilo que eu poderia imaginar, a minha perceção do evento”, afirmou, apontando o festival Escritaria “como um exemplo de uma luta pela cultura, pela literatura e por todas as artes”.
Aos jornalistas, o escritor mostrou-se “agradecido” e muito emocionado. “Foi uma grande surpresa ver aqui tanta coisa sobre a minha obra”, referiu, manifestando a sua “gratidão” com Penafiel e as pessoas que se lembraram de si e que trabalharam nesta homenagem. “Esta homenagem toca fundo. Não imaginava uma cidade a girar à volta da minha obra”, acrescentou.
Apesar de reconhecer algum “afastamento” político entre Portugal e Angola, Pepetela mostrou-se satisfeito por se terem conseguido “manter e até reforçar” os laços de amizade entre os povos que falam a língua portuguesa e que permite que autores angolanos sejam reconhecidos em Portugal e vice-versa. “Agora estamos mais próximos e espero que estejamos cada vez mais próximos para sempre”, frisou.
Em Penafiel, Pepetela disse que Portugal tem valorizado os escritores dos países africanos que escrevem português, mas pediu mais. “Nunca estamos satisfeitos, queremos sempre mais. Nós é que temos faltado e temos valorizado pouco essa aproximação cultural”, rematou.
No âmbito do Escritaria, Pepetela vai apresentar em Penafiel, esta sexta-feira, dia 5 de outubro, o seu novo livro “Sua Excelência de Corpo Presente”. A apresentação estará a cargo de José Carlos Seabra Pereira e vai acontecer às 21h45, no Museu Municipal de Penafiel.
