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Eva Coelho tem 32 anos e é natural da freguesia de Canelas, no concelho de Penafiel. Técnica administrativa de profissão, iniciou o seu percurso na política há longos anos, quando fez parte da Juventude Socialista. A falta de tempo e a não partilha de ideias, levou-a a abandonar o partido. Há cinco anos militou-se no Bloco de Esquerda, integrando desde essa altura o núcleo de Penafiel. Já fez parte de várias listas do Bloco, nomeadamente na candidatura à Assembleia da República e tem feito levado a cabo várias ações em prol da comunidade penafidelense, nomeadamente na defesa dos direitos dos trabalhadores das pedreiras. Nos tempos livres gosta de desenhar, fotografar, pintar, ouvir música e de trabalhar no seu campo. Lidera a candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Penafiel.

O que o levou a assumir esta candidatura?
Na nossa avaliação, o concelho de Penafiel continua a apresentar problemas sociais graves – bolsas de pobreza, desemprego, precariedade, ausência de uma resposta pública eficaz no apoio à terceira idade e à infância, relativamente baixo nível de escolaridade, entre outros – a que a Câmara Municipal pode e deve dar resposta mais efetiva; existem sérias assimetrias territoriais, dentro do próprio concelho, a que os sucessivos executivos camarários de direita não souberam ou não quiseram dar resposta; há um conjunto de problemas variados que vão dos transportes e mobilidade ao saneamento e ambiente que necessitam de soluções que a Câmara de Penafiel não tem sabido ultrapassar. O Bloco de Esquerda apresenta-se a mais estas eleições para autarquias locais consciente do muito trabalho que há a desenvolver, dos muitos obstáculos que será necessário ultrapassar, mas absolutamente empenhado em contribuir para as soluções imprescindíveis, sendo certo que a força do Bloco faz a diferença. Numa nota mais pessoal, devo dizer que sempre fui – e sou – uma pessoa simples com vontade de ajudar os outros, solidária, com apurado sentido de justiça e ao mesmo tempo combativa e com vontade de fazer da minha terra um local mais justo, ambientalmente sustentável, dinâmico e aprazível para se viver. Por isto aceitei ser a cabeça de lista da candidatura do Bloco de Esquerda em Penafiel.

O que a distingue das restantes?
O Bloco de Esquerda, ao longo de todo o seu percurso, sempre manifestou grande preocupação pela justiça social, esteve em todos os momentos ao lado dos setores da população mais débeis, prestou sempre grande atenção às questões de igualdade de direitos entre mulheres e homens, empenhou-se na defesa do estado social e dos serviços públicos, pugnou pela criação de emprego com direitos, pela defesa do ambiente, em suma sempre foi um partido mobilizado pela construção de um futuro melhor para o povo português. Como não podia deixar de ser, a candidatura em Penafiel norteia-se pelos mesmos princípios e valores. A lista de candidatos que o Bloco apresenta a estas eleições, constitui uma equipa disposta a trabalhar pelo concelho, pró-ativa, organizada, flexível com grande criatividade, ambição e determinação para dar o máximo com o objetivo de transformar Penafiel num município com menos assimetrias territoriais, mais solidário onde ninguém seja excluído, com melhor qualidade de vida e com capacidade de oferecer oportunidades de emprego e de fixação da população, em especial dos mais jovens. Não quero, entretanto, deixar de chamar a atenção para o óbvio: a lista do Bloco de Esquerda à Câmara de Penafiel é a única encabeçada por uma mulher, demonstrando que o Bloco nunca desiste, sempre que possível, de chamar para a participação cívica e política as mulheres a que um autor já chamou a “metade do céu”.

Quais são as prioridades da candidatura que lidera?
A nossa principal preocupação vai claramente para o apoio e acção social. É nossa opinião que a Câmara de Penafiel deve reformular as condições de atribuição da tarifa social da água às da atribuição da tarifa social da electricidade permitindo, assim, que aquela medida chegue a mais agregados familiares. O apoio às famílias com menores rendimentos deve contemplar a comparticipação nas despesas medicamentosas, em especial para idosos e doentes crónicos. Neste domínio propomo-nos, uma vez eleitos, estabelecer um programa de apoio ao arrendamento para aquelas famílias com dificuldades económicas e enquanto a situação se mantiver. Em nossa opinião, um dos problemas que exige maior cuidado é o do ensino e formação. Penafiel é um concelho onde apenas 10% da população concluiu o ensino secundário (na região Norte aquela percentagem é de 12%). A candidatura do Bloco de Esquerda é de opinião que esta situação só se pode inverter com uma intervenção séria, aumentando a oferta formativa e evitando o abandono escolar precoce. A ausência de um sistema transportes coletivos fiáveis e compatíveis com as necessidades das pessoas está entre as nossas principais preocupações. A nossa proposta vai no sentido de – a exemplo de outras cidades do país – lançar as bases um sistema municipal de transportes coletivos que se articule com os transportes ferroviá- rios e com os transportes privados já existentes. A esta proposta não podemos deixar de associar as questões da mobilidade em geral e, em particular, a sempre prometida e adiada construção do IC 35. Muito há por fazer no domínio da proteção do ambiente e natureza. A Câmara de Penafiel tem de apostar de forma mais decidida no alargamento da cobertura de saneamento básico uma vez que é inconcebível que menos de metade dos fogos estejam ligados à rede de saneamento. Penafiel deverá passar a ser conhecido pelas suas políticas de redução da sua pegada de carbono, promovendo ativamente a eficiência energética (a começar pelos próprios edifícios de propriedade do município) e a utilização de fontes renováveis de energia.

Em que áreas defende que tem que haver uma maior intervenção política?
A aposta na revitalização (requalificação e programação de atividades) dos espaços públicos em todo o território e não só na sede concelho, tem de estar presente ao longo de todo o próximo mandato. Ao criarmos condições para a fruição dos espaços públicos não estamos apenas a embelezar o nosso concelho, estamos a favorecer o encontro das pessoas e a fortalecer ainda mais os laços comunitários. A atividade cultural existente em Penafiel é diversa. Regozijamo-nos por assinalar a existência de diversos grupos de cidadãos que se organizam, de forma mais ou menos intermitente, para a prática de teatro amador, ou danças folclóricas. No entanto, não podemos deixar de nos preocupar com o facto de esta actividade ter muito baixa intensidade e não ter tido o apoio municipal que merece. Por outro lado, a Câmara, para além de algumas, poucas, iniciativas de “encher o olho” tem pautado a sua conduta pela falta de perspetiva de continuidade e futuro ao não agir activamente na criação e formação de públicos, ao ter-se abstido de dotar o município de equipamentos culturais. Na cultura reside também a riqueza de um povo. O Bloco não deixará de, também aqui, fazer a diferença. Promover ativamente a captação de novos empregos – com direitos -para o nosso concelho quer através de maior investimento público quer pela captação de novos investimentos privados. Por outro lado, não deixaremos de combater a precariedade nas relações laborais a começar pelas próprias autarquias de Penafiel. A postos, de trabalho permanentes, devem corresponder a contratos de trabalho sem termo e a Câmara Municipal deve dar o exemplo integrando no seu quadro de pessoal os trabalhadores precários ao seu serviço. O concelho de Penafiel, apesar do endividamento contraído ao longo dos anos pelo PSD/ CDS, está fracamente dotado de equipamentos para práticas desportivas variadas. Faltam pavilhões, piscinas cobertas, pistas de atletismo ao longo do território. É certo que não podemos esperar criar uma piscina coberta em todas as freguesias, mas podemos planear a implantação dos diversos equipamentos e com o concurso do sistema municipal de transportes promover as condições para que as pessoas possam deles usufruir.

Como analisa e avalia o último mandato autárquico?
A coligação de direita do PSD/CDS, no poder há 16 anos, tem-nos habituado ao imobilismo que levou a que o nosso concelho perdesse posição em comparação com outros de dimensão semelhante no distrito do Porto. Foram os executivos de direita que endividaram o município sem que tal se tenha traduzido em melhorias significativas para a vida das pessoas e quando o executivo cessante – que não trouxe nenhuma novidade – se vem vangloriar de ter vindo a reduzir a dívida da CMP (como o faz nos cartazes de grande dimensões espalhados pelo município) só pode soar a hipocrisia. De resto, a Câmara tem pautado a sua intervenção por um populismo bacoco baseado em festas e festinhas, sem cuidar dos problemas que realmente importam às pessoas. Primou pela ausência quando a população se mobilizou pela construção do IC 35, mantém insuficientes as respostas públicas de ensino pré-escolar, não responde às necessidades de pessoas com mobilidade reduzida nem favorece condições de acessibilidade aos edifícios sob sua responsabilidade. A Câmara de Penafiel sob direção do PSD/CDS não teve estratégia alguma de desenvolvimento, não cuidou do ordenamento do território – seja das zonas urbanas, seja das zonas florestais (em 2016 Penafiel foi um dos concelhos do nosso distrito com mais ignições de fogos florestais) – não cuidou de afirmar Penafiel, as suas gentes e a sua cultura no contexto da região Norte e do País. O actual executivo, parece-nos, não teve alma, não teve objetivos, nem capacidade para dar o safanão de que Penafiel necessitava e continua a precisar.

Quais são as suas expetativas para o dia 1 de outubro?
O Bloco é um partido em crescendo de representatividade e tem demonstrado uma grande capacidade de intervenção, apresentando projetos e propostas que têm vindo a merecer, cada vez mais, o reconhecimento dos Portugueses. Está demonstrado que quando o Bloco tem maior representação, quem beneficia mais são aqueles que vivem do seu salário ou da sua pensão, é toda a população que conta com o Bloco na defesa de melhor escola pública e melhores serviços de saúde, é o ambiente e são os animais pelos quais sempre nos batemos, em suma é o País que sabe que conta com uma força de mobilização contra a exploração, os negócios obscuros, pela democracia e transparência, pela dignidade. Por isto, o nosso objetivo é ficarmos representados em todos os órgãos autárquicos a que apresentamos candidaturas.

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