O futebol português é fértil em episódios únicos, comparando com os campeonatos dos outros países europeus e neste caso, pela parte negativa. A paragem para as seleções obriga a parar a competição durante quinze dias. Nesse período podem-se afinar processos, curar lesões e até reformular objetivos, mas aqui ressalvo as equipas que têm muita gente ao serviço das seleções, porque esses ficam sem os seus melhores elementos e nesses casos os treinadores pouco podem acrescentar.
Quando acabam os jogos das seleções, há jogadores que vêm condicionados, outros que nem foram utilizados e outros que chegam mesmo em cima do próximo jogo.
Considerando que nada se pode fazer, porque as competições das seleções são importantes e os calendários da FIFA são o que são, então compete às ligas dos países tentarem menorizar os estragos.
Mas acontece precisamente o contrário em Portugal ao colocar insistentemente eliminatórias da Taça de Portugal imediatamente a seguir. Se por um lado pode até haver um ou outro jogo equilibrado, muitos deles são para cumprir calendário e o ritmo competitivo interrompido durante três semanas, acaba por surtir efeito negativo. A acrescentar a tudo isto, temos ainda os clubes que já estão afastados da Taça de Portugal e aí o cenário ainda se complica mais.
Estar três semanas sem competir retira o ritmo competitivo às equipas e, como se já não bastasse, arrefece o ânimo dos seus adeptos, que no caso das equipas mal classificadas, ainda perdem mais a vontade de voltar aos estádios. Até nos esquecemos dos campeonatos e não fossem os países onde o futebol é mais respeitado, continuarem a ter jogos de qualidade, até nos esquecíamos do futebol.
Se isso contribui para a valorização do espetáculo futebolístico, eu acho que não, mas os entendidos, ou desentendidos na matéria, teimam em achar o contrário… A confirmar tudo isto, nem vou hoje falar do Paços de Ferreira, porque parece parado, tanto na evolução da equipa, como na concretização da tão promissora SAD. Vencer o próximo jogo, pode trazer mais uma botija de oxigénio a uma equipa que teima em se manter moribunda…
